quinta-feira, dezembro 08, 2005

( Sem Título )*

* enquanto o Título do Campeonato Brasileiro de Futebol 2005 estiver sub judice

Quando chegou em casa Pretinha já estava na sala. olhava assustada, assim como quem está com coisa muito importante pra dizer. Pretinha !? o que tu faz aqui, achei que não te via mais. ela nem riu, que era o costume. tinha esse jeito mouro da fronteira. a mulher gaúcha ganhou sua justa fama pela beleza e simpatia, mas é na fronteira que estão aquelas que guardam características e comportamento das fêmeas mais selvagens e puras. mulheres ardentes, dadas a paixões explosivas, possessivas e determinadas. ele achava só bonito o jeito que ela ria. ela ria e se dobrava só porque ele gostava. ficavam os dois faceiros nesses sorrisos. depois virou em segredo porque ele soube que ela era casada. casada !? ele não falou nada, pensou, parou por aí. mas e o beijo? quase tinha esquecido. teve aquele beijo. ta mas, na época ele não sabia. eles já eram amigos se falando seguido. ela até que perguntava: e o nosso time ? só pela cara ela sabia dele. daí emendava um não liga é só futebol, não fica triste vai. amanhã melhora tu vais ver. essas coisas. ou então eu escutei os rojões vai ser campeão vais ver. vais né, porque gaúchos e gaúchas aprendem desde cedo o que é ser assertivo. o “s” se engole na fronteira e fica vai. o vai de Pretinha era diferente. não teve escola. tinha vergonha até quando pensava nisso. por isso ninguém sabe. então se dedicou ao filho. e só ele com o mesmo sangue neste mundo viu? mais ninguém !? não. a mãe se enforcou numa crise de depressão o porque certo ela nunca soube. se vê sua tristeza quando diz que foi deixada não sabe se aos três ou quatros anos. disse daquele jeito e só um braço que se moveu pro lado querendo cobrir algo dos olhos. um rasgo encabulado no rosto. o beijo aquele, ele que roubou. mas ela deixou. e depois ficou assim nervosa andando e voltando. ele não disse nada observou entendeu tudo e ficou quieto até porque no dia seguinte ela sumiu.
depois não se viram. ela vai passar e eu vou me comportar. tudo direitinho. não aconteceu nada mesmo. só o beijo aquele. tinha ficado contando os minutos em que tivera o gosto dela na boca. lambia os beiços e o coração disparava. nem escutou o rapaz da barbearia dar a notícia. O Zveiter anulou 11 jogos !! O Inter caiu de 1º pra 4º na tabela. F...o campeonato. Nos garfearam !!! todo mundo na barbearia esperando o que ia dizer. dizia sempre alguma coisa. a última palavra ali era a dele. davam risada das histórias que inventava tudo rápido assim do nada. Barão,o grandalhão que era o mais sério e respeitado, observava e depois dizia, eu não sei fazer isso o que ele faz com as palavras. como daquela vez em que arrancou do Antônio uns desaforos pavorosos sobre o prefeito e a coligação na eleição municipal, o pobre disse gato e sapato do homem. tudo bem se o Antônio não fosse o secretário geral do partido e da tal comissão eleitoral. deu o tal bode. Antônio, coitado, tinha que desmentir o assunto toda hora, é fofoca!! e deram risadas juntos depois. por isso mesmo que gostavam dele. não havia no fundo maldade nenhuma. era um baita de um deitado, não perdia piada.


Ela era de virgem. ah mudam de idéia da noite pro dia, procurando confirmação no olhar dela, mas quando tem um sonho sabem ir a luta, correm atrás.
eu não. até chegar lá, não mudo. nisso que somos diferentes. ah, também são críticas. viu? ela riu. ta, tua casa não é um castelo mal assombrado. foi só um jeito de falar mas, tem que guardar essas roupas põe no lugar, porque tu não guarda? sabia sempre aonde estava o errado. também são pessoas que se dão valor. e ciumeeeentas explicava. tudo que ele dizia, ele explicava.tu está me assuntando. como é que tu sabe tanto de mim!?

Tu é inteligente ela disse. ele disse que ela era sincera e como admirava gente verdadeira, franca, justa. daí que eles não conversaram mais.
não se apressa ela dizia. saiu de casa e disse que ia pra o banco. e em casa? ah, aqueles é o só tempo de botarem a comida pra dentro e deitar. entendeu? eles fazem sesta.

Tu acha que eu sou louca? acha ne?, fala ! por quê não fala? nunca fiz bobagem antes viu? é a primeira vez, disse com o dedo em riste apontado para o rosto dele. fala! tu acha que eu sou louca homem? faaala ! e batia nele.

Não.

Mas não ta certo. nunca toquei nem beijei mulher casada. agora se via no inferno. até jurou que não sabia. mas lembrava que já tinha roubado uma noiva. roubei a Ângela pra mim, é verdade. quem é ela? da faculdade, tava entrando, um anjo, era loira e cacheada, todo mundo sabia tinha visto ou a conhecia no campus. a TV sempre dava um jeito pra que aparecesse nas matérias sobre greve mensalidade cursos qualquer coisa com os estudantes. mas era triste. não suportei. me abri com ela. fase difícil. perdeu o pai. o noivo, um sujeito frio, nada, nem aí. aí o Catarina começou a dizer que saiu com ela. puxa, o Catarina. logo ele que não perdoava nem as amigas! ia cair na boca da rapaziada assim desse jeito? contei ora. cobrei, fala a verdade! me falou, soluçava, dava dó, não rolou nada, depois confirmei. exagerou pra não perder a fama. ficou minha amiga. ta chega. é eu peguei ela pra mim. é, assim. porque quis ora. ficou nisso. diz algo como que poderia ir embora a qualquer hora. só meu guri concordar e vamos pra Porto Alegre. não tinha mais ninguém mesmo. todos na cidade sabiam que vivia sozinho. os olhos dela brilhavam. ela chorava sem perder o sorriso. combinaram não mudar nada.
daí que ela disse. não vai ficar brabo...? e deu a rir que ele teve que esperar. tudo foi porque ela queria descobrir se ele era boiola. ele nem bolas. nunca aparecia com mulher e morava sozinho. não teve coragem de contar mais. ele nunca contava com quem saia. depois não queria prender ninguém no compromisso. mas acontece que em cidade pequena é assim. não mesmo, tudo que é lugar é assim ela corrige séria toda a pele marrom diante dele.
mas não vai pensar que é por isso que eu vim. bem séria de novo. tu acha que eu sou louca? ai meu Deus e suspirava misturada nele. fazer o que agora...?! não queria sair mais dali.

Foi o caso do Inter. teve poucos méritos na última partida mas durante todo o campeonato lutou com bravura. foi jogando limpo e mostrando valentia que convenceu que estava disposto a conquistar este título. até que o STJD e a CBF mudaram as regras do jogo no meio do caminho. não ganhou com bola e tudo como a torcida gostaria porque no campo teve o destino se atravessando com nome de Desembargador Sveiter. roubaram a felicidade da nação colorada. quer dizer, ganhou mas não levou. é campeão moral mas não é campeão oficial. o da taça, o da CBF e do STJD, com tudo registrado e tal. e depois a CBF e a justiça desportiva estavam mesmo era duvidando dos brios do clube. não podia ficar assim no zero a zero. foi pra defender a honra colorada que um torcedor acabou indo à justiça comum. pra provar que não eram todos uns boiolas. mas e agora, fazer o que....?! o torcedor abandona a ação na justiça comum e segue na Taça Libertadores da América para buscar o tão sonhado título mundial ou mantém a ação contra tudo e contra todos, assume a luta e os riscos apesar da coação de ser rebaixado ao inferno da segunda divisão do futebol brasileiro ? vai ser prático e usar a cabeça ou vai pelo coração ? quer saber, homem é tudo igual.

domingo, dezembro 04, 2005

É HOJE!!

alô nação colorada !! chegou a hora ! o Brasil está parado, imobilizado, suspenço para ver mais esta façanha do gigante da beira rio! orgulho deste estado que é de espírito, guerreiro que não se entrega nnunca!.
alô nação colorada!! que não foge a luta! torce com tudo ! pota fé no título!!!
É 100% INTER CORRENDO NAS VEIAS !
não é asim vale tudo por dinheiro vão levando de roldão.
tapetão cartolagem panelas vantagens
a cachorrada está por todos os lados !José Dirceu Lulla Marcos Valério Delúbio José Alencar Sveiter STJD CBF ...oooooo
mas é no último minuto, no último instante que se reverte a luta !!
Não tá morto quem peleia !!
matéria da Folha online deste domingo:
Uma decisão da Justiça gaúcha impede que a CBF declare o campeão brasileiro na rodada deste domingo. O juiz Mauro Borba, do Foro Central do Rio Grande do Sul, aceitou os argumentos do advogado Leandro Konrad Konflanz, que entrou com liminar solicitando que o Corinthians não seja proclamado campeão, caso a diferença para o Internacional seja inferior a quatro pontos.
Na ação, o advogado alega que o Nacional-05 está sub judice, uma vez que, na última sexta-feira, a ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Nancy Andrighi, suspendeu todo o processo em torno da anulação dos 11 jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho --acusado de participar de um esquema de resultados para favorecer apostadores de sites de apostas-- feita pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) O advogado alega que o Corinthians teve um benefício de quatro pontos com a remarcação das partidas.
O Corinthians havia sido derrotado por Santos e São Paulo nas partidas canceladas. No repetição dos jogos, o time de Parque São Jorge derrotou o Santos e empatou com o time do Morumbi.Com a remarcação dos confrontos, o time paulista lidera a competição com 81 pontos, três a mais que o Internacional.
Caso as partidas não fossem anuladas, o Inter estaria um ponto à frente do Corinthians.O juiz aceitou que a CBF não pode declarar o campeão neste domingo, mas não quis se posicionar sobre o pedido de Leandro, que, na mesma ação, queria a anulação da decisão do STJD de remarcar os jogos."Entendi que esse caso é muito complexo para ser julgado dessa forma, pois minha decisão está sendo tomada num plantão. Entendi que o pedido de liminar era razoável", comentou o juiz, em entrevista à rádio Gaúcha.Borba considerou pertinentes as alegações de Konflanz.
"Acolhi o pedido porque entendi que era uma solicitação razoável, já que o campeonato está sub judice. O STJ suspendeu todos os processos e determinou que as causas urgentes fossem julgadas aqui em Porto Alegre. E assim foi feito", comentou.
Com a atual situação da tabela, o Internacional precisaria golear o Coritiba, fora de casa, e torcer para o Corinthians perder do Goiás, além de tirar uma diferença de cinco gols de saldo, para ser campeão.
Se o Corinthians perder os quatro pontos, o time gaúcho só dependeria de si para arrebatar o título.
é isso mesmo !! agora vou tomar meu banho por a bandeira na frente de casa e ir pra praça assistir o jogo no meio da massa. o insano do Mauá e o Hugo "capincho"se foram à Curitiba. tá bem. tá valendo tudo agora.
fui !

sábado, outubro 29, 2005

Pais Não São Amigos, São Pais!

isso aí deu um rolo tão grande na cabeça da mulherada...gente de Deus! mas o que elas queriam de mim !? não sei de nada, é isso assim oh, claro...tá ...isso. não. pois é mas é isso mesmo! não adiantava nada explicar de novo e de novo e de novo...o saco de filó... tá eu vou fazer o seguinte, vou dar uma "ajeitada" pra ficar mais claro tá bom ? o negócio é o seguinte, se o texto não disser tudo ali na hora nem depois cai ficha nenhuma, não sou eu q vou dizer como o sujeito tem de ler o que tá lendo, tá certo?daí q então abri umas linhas a mais pra dizer o q eu achei q elas mesmas não queriam muito que eu dissesse. é q parar pra pensar dói. é isso sim. dói. vixi, como deve de doê nas gente mal acostumada, tudo mal domada de andá de lado na vida. fazê o q né.

no curso esse do SEBRAE tbm. aí a gente tava numa dinâmica bacana lá e tal, sobro pra mim q falo muito, tu vai apresentar tá tudo muito bom tá tudo muito bem a discussão era sobre Livre-Arbítrio e Destino, tô levantando os prós do livre-arbítrio e digo: sempre temos que fazer escolhas pq a vida é em si um caos. pra quê? deu desatino...e mas como assim?!. deu silêncio e ai q horror! e essas coisas que dizem baixinho...diz um é mas é isso mesmo e riu como quando se é cúmplice de uma idéia. fazê o q né.

Clarão da Felicidade

Eu nunca me sinto só. sempre penso em você e no seu sorriso.
Quando a gente canta e quando a gente dança, às vezes pensa até que é à toa.
Nunca é.
Essas horas, esses dias cumpridos em que se abre o brilho da vida, serão para sempre.
As horas em que não se cansa de brincar e correr, serão muito mais.
Mesmo que não pareça, existe um processo neste acontecer que é devagar pra eles e tão ligeiro pra nós.
E como se tudo fosse um ensaio para o final feliz, a história depois se repete.
Tudo em fases, tudo em ondas, enquanto esperam por sua verdadeira estréia.
E o modo de aprender vai valendo mais do que aquilo que aprendem.
Eles não sabem. Nós também não. Aprendemos com eles.
São generosos. Perdoam facilmente, esquecem mais fácil ainda.
Precisam apenas de atenção, gostam de amor e querem carinho.
E assim a cada fase do desenvolvimento dos filhos, a vida vem e tem sua beleza e suas necessidades.

Em seu primeiro exercício para serem aceitas, elas desenvolvem a capacidade quase mágica de estar sempre bem consigo mesma e de bem com a vida.
Querem sua confirmação no toque, no olhar longo, em pequenos gestos gostosos.
Até poder engatinhar.
Aí invadem a sala pra tocar e pegar as coisas, subir e descer móveis, na aventura de quem tem a possibilidade de explorar o mundo.
Na sala apertada, cabe todo o sentimento de confiança de quem quer abraçar esse mundo. Então se desenvolvem, brincando, na capacidade de fazer o que desejam.
Passam de fase e descobrem o raciocínio.
Tomam consciência de que podem pensar e decidem decidir sobre suas vidas!
vem a possibilidade da autonomia, da liberdade e a independência !!...
mas aos 3 anos não é muito cedo !?!
O jeito é evitar o confronto, ter confiança e paciência, e até orgulho, pois querem assumir suas próprias vidas !!


Daí que surgirá a pergunta: quem sou eu?
Então virá a resposta. Ela descobre sua identidade, se percebe menina, distingue quando se sente bem e quando está doente. Descobre os outros e descobre que participa nos acontecimentos.
Nesta hora que descobre ser responsável pelo que acontecer em sua vida.

Membros, coração e mente dominados, falta apenas aprender a desenvolver métodos para que possa realizar seus objetivos. A próxima conquista será o próprio aprendizado de suas habilidades. Para isso precisa mais do que nunca dos pais amigos que explicam e orientam sua curiosidade e disciplina.
Não é à toa nem surpreendente que vejam nos pais a fonte da felicidade.

Mas os pais não são os amigos, são os pais.
O compromisso incondicional com o amor responsável os colocam na eterna vigília de limites, valores e princípios.
Aos amigos cabe o insuspeito papel da companhia.
Já os Pais, assinaram um termo de responsabilidade com Deus.
Precisam ser firmes na condução deste amor comprometido.
Assim, a amizade que demonstram é antes de tudo a face sorridente do amor. É só uma forma de dizer quando a criança que habita em nós novamente sorri, brinca e dança.
Descobrimos assim que atuamos em vários papéis embora nos caiba o compromisso de ser guia e modelo.
Para que novos ciclos venham e perdurem.

Quando todos em volta parecem desejar não abandonar mais a adolescência e apressam o fim da infância, cabe outra vez aos pais, que já foram meninos e meninas um dia, devolver ao mundo o clarão da felicidade contido naqueles momentos em quem uma criança descobre a vida.

Por isso nunca me sinto só quando deito tranqüilo ao fim dos meus dias, pois penso e lembro das tantas maravilhas que hão de vir agora e que estiveram contidas atrás destes sorrisos.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Debutantes 2005

a pedido de Dna Elba Ponte da Casa da Amizade e do Rotay Club, patronos do Baile das Debutantes, fiz um texto sobre a infância para o desfile das debutantes de 2005.
sempre me vejo "falando" melhor com imagens. portanto não nego que meu prazer em escrever está justamente em recriar minhas imagens mentais, pôr as idéias nas palavras que melhor as traduzem -nem sempre bem, eu sei.
soube agora que haverá uma coreografia criada a partir do texto que fiz hoje à tarde. fiquei realmente curioso.
aliás, sobre o assunto sugiro Pais e Filhos, Companheiros de Viagem, de Roberto Shinyashiki e/ou Quem Ama Educa de Içami Tiba. os dois são sanseis né !?
e eu que só queria dizer de algum modo que é necessário preservar a infância.
domingo vou saber o fiz, lendo a reação do povo lá nos salões do Clube Comercial.
abusado eu aceitei o convite para fazer a apresentação do baile.até parece né !? menos gente, bem menos, quase nada. e depois eu nem tenho smoking...!!
é isso aí.
e obrigado pela oportunidade. tchau, um bjus e etc.

domingo, outubro 09, 2005

o velho gaudério nas novas trihas

Seu Isabelino conheci há pouco. umas poucas horas atrás quando voltava pra casa. o gaúcho em sua bombacha sentado na entrada de uma Lan House. podia até ser um segurança novo. depois da briga desatinada entre soldados a paisana e uma gurizada passada que assombrou a cidade na noite anterior podia até ser. curioso incorrigível, entrei como quem não quer nada. terminei ocupando o ugar do Martín que é castelhano e se travava de vez em quando naguma regra da gramática patriótica, mas malévola.
disse que era pai da moça aquea que me servia na anchonete que almoçava. guria bem criada. como asoutras e outros que juntos somavam 23. vinte e tres seu Isabelino!? mas não é comum. nada na história era. e por troca do favor que pra mimfoi um prazer, ainda fui ouvinte da versão que dava da vida aos 70 anos.
o causo todo era porque amanhã estava cassificado para a final do concurso de versos na Expofeira Agropecuária da cidade. vencera tres etapas e agora lhe pediam " por escrito" seus versos. sera que o danado recria sempre que declama a sua poesia?
por via das dúvidas lhe pedi licença para ficar com uma cópia, que é de onde transcrevo os versos abaixo.
é uma irresistível história de amor versão gaudéria. ingênua até as vezes, mas certamente deliciosa.
é para depois dos filhos bem criados, entre ele e ela. obrigado Seu Isabeino, pela oportunidade. boa sorte amanhã no parque do Sindicato Rural. serás o meu favorito.

Testamento

Senta aqui china do meu lado
Senta aqui assim bem pertinho
Conversamos bem juntinhos
Como vivemos querida
Sempre, sempre nesta vida
Lutando sempre sozinhos

Encilha o mate querida
Vamos tomar um amargo
Enquanto te dou encargo
Das minhas ultimas vontades
Confio em tua amizade
Que nada porás embargo

Atiça um pouco essas brasas
Que há um tição fumaçando
Sinto os olhos lagrimando
E a voz que me embaraça
A causa será a fumaça
De algum pau verde chorando

Não chores prenda tem calma
É preciso ter paciência
Pois tudo que tem existência
Um dia também tem fim
Por que razão só de mim
Se esquivará a providência

Presta bem a tua atenção
Em tudo que eu vou dizer
Sei que muito vai sofrer
Rolando cantos alheio
Mas nunca tenha receio
Em cumprir com o teu dever

Procura ser comedida
Dentro da própria desdita
Se te sentires aflita
Contra qualquer falsidade
Lembra que toda verdade
Nem sempre deve ser dita

Para conservar a honra
É preciso muito jeito
Pois ao mérito não se ilude
Nem tudo se leva a pleito
Quando se quer por virtude

Vende as pilchas que eu te deixo
Não tenha nisto cuidado
O meu apero prateado
Que custou tanto dinheiro
Até a guaiaca e o isqueiro
Te darão algum trocado

Vende o tordilho sobre passo
Também o zaino pinhão
Só não vende o alazão
Que é manso do teu andar
Vende as garras de domar
Rendilha de redomão
Minhas botas de garrão
E aquele par de chorona

Vende tudo prenda minha
Sovéu, badana, carona
Vende o violão e a cordiona
Estrivos de picaria
E até para as três marias
Não faltarão comprador
Só não vendas o meu lenço
Que sempre bem amarrado
Eu usei com todo gosto
Me tapa com ele o rosto
Pra ser comigo enterrado

E este velho poncho amigo
Que tanto enfrentou o minuano
Que durma sempre contigo
Bem de encontro ao coração
E assim terás impressão
Que estás dormindo comigo

O meu ultimo pedido
Que eu sei que tu hás de fazer
Para mim será um prazer
Ficar sempre onde eu vivi
Foi no campo que eu nasci
No campo quero morrer
Não me enterres em campo santo
Sobre uma tumba ou jazigo
Enterra-me em campo aberto
Só pela terra coberto
Que o gado durma comigo.

poema de Isabelino Carvalho Lucas 75 anos apresentado na Invernada Artística da Exposição Agropecuária de 2005 do Siindicato Rural de Quaraí.

domingo, setembro 25, 2005

Diclofenaco Sódico 50 mg


o sódio encontrado mineral na natureza responde pelo equilíbrio hídrico, ácido básico, contração muscular e a manutenção do volume do sangue. de mais sobe rotações eleva a temperatura detona as paredes de algum vaso sedentário explode arquivos de memória vítimas em aneurismas. de menos despenca em estado hiperbárico desaparecendo os batimentos se entregando ao sono derradeiro. de alguma coisa chamada química vem o diclofenaco vem por onde vem a ronda de muito dinheiro. vem de onde o entusiasmo de cientistas se esqueceu das cirandas que os cerca.
aconteceu por acaso. o pulso cedeu no momento que experimentava os movimentos de apoio. talvez pela mesma teimosia que me deve vivo hoje aqui. sempre insistindo só mais uma vez. talvez negando que a teimosia não é minha. é da vida que se impõe. recusando a idade que insiste sobre o corpo. enquanto resiste a vida vai passando.
O pulso trincou. ou gritou. colocou um ponto e vírgula no sonho de mais uma fase. os dias virão devagar até recuperar o controle de seus próprios movimentos. que se dane. foi feito para o movimento. que trate de voltar.
Em 99 voltei a nadar. em 2000 capoeira. 02 fui ensaiar uma volta ao mar de verão e algo se torceu mal nas costas. já era pra ter operado da outra vez. torção besta. não era atleta. atletas tem a chance de conviverem com contusões. tornam-se até familiares delas em função da freqüência com que as encontram em suas rotinas de treino. tudo na hora é dor e toda dor passa. em 03 foi o braço direito. este ano foi a moto na batida perfeita. muito bem tratado pela policía uruguaya. dispensei hospital mas peguei os folhetos na gráfica. voltei com o pulso direito quebrado. ruim foi ouvir dr kaô kaô barbosa R$ 150,00 pro amigo. amigo na emergência do hospital. e o deixa assim. amanhã tu pode precisar dele não tem outro é infelizmente é isso fazer o que e se foi a droga de dignidade ou o que tinha sobrado dela. é assim que amanhã as coisas aos poucos vão deixando de ser e se tornando nunca mais. deixando de levar em conta nossas vidas para agir como loucos porque pensamos e isso parece ser de bom senso. o abrigo o ponto seguro a zona de conforto tanto faz se o depois for nunca mais.
prometia brilhar ela não podia esperar. foi menos por isso. o amor maior que eu tem medos que não confessa. depois de entrar setembro meu sol voltou. confesso que fiquei feliz com o que vi..
O pulso esquerdo não estalou. podia não ser ligamentos ou nada. só um pouco de início. mais depois. a rotina não resolveu não foi abrigo. o tempo não parou. depois de um mês caiu a ficha uma semana com diclofenaco e uma decisão na consulta com o farmacêutico até encontrar outra rota que não o trauma do hospital. um corredor, um triatleta, um motociclista um professor de educação física todos pré-traumatizados confirmaram a receita. recolheram os pedaços da fé como cães farejadores que encontram a caça.
Não há clarão nem escuridão rancor algum. afinal há caminho depois. é só resignação. enquanto isso uma aplicação de gel a base de diclofenaco potássico no local e os três comprimidos por dia.

Guia Prático Para Solução dos Problemas Diários


o primeiro Paulo Coelho a gente nunca esquece.


o meu primeiro foi numa discussão com os amigos de uma amiga. um entrevero que nunca vou poder mesmo. até porque foi exatamente o Alquimista que dispensei.
o pessoal tomando cerveja e cuspindo farofa encantada com aquela idéia fixa da vinda do novo mundo místico. diziam que já dava seus primeiros sinais para quem quisesse vê-los. eu era ou estava cego, diziam. haveria, enfim, a salvação das contas do fim do mês.
o cérebro, ou o que sobrou dele, hidratado a álcool, sugava copos de lúpulo e cevada fazendo transbordar a mente fértil. nem a letargia povoada de fantasias conectava as bruxas, duendes e fadas. os plausíveis personagens tão próximos quanto o sonho alquimista não vieram. mas o demônio, bem mais perto, ao lado, de forma etílica, nem espera prosperar o pecado, experiente, prático, apenas se limitou a colocar gentilmente mais umas no freezer.
declinei e abandonei o posto.
Putz! não era para adivinhar...tava na cara! a idéia vendia feito água na França. lá eles adoram comprar água. eu não mudei de assunto nada! logo ele se tornou o maior fenômeno literário mundial contemporâneo. não o exorcista. Ô cara...o Alquimista ta. ta bem, não debocha. então não joga pedra na Genny. como eu ia saber. só porque o planeta inteiro soube !? e daí... eu com isso!? é verdade, o Bill Clinton mudou a agenda por uns quinze minutinhos a sós com a personificação cabalística de um Mago. isto em pleno século XX. Paulo Coelho quem diria agora é um Imortal. não é hightlander nada. é mais um abastado em companhia de Sarney, Marinho, decrépitos, políticos e milionários. um bom vivant contador de tostões bem diferente daquele que escrevera o libelo da sociedade alternativa com Raul Seixas.
evidente que mais adiante acabei lendo o Paulo Coelho e não apenas o Alquimista. e se por um lado não mudaram minhas convicções, é bem verdade que me ajudou a refletir para entender melhor as perspectivas diferentes da minha. como a daquela turma gente fina, elegante e sincera, por exemplo, que cuspia farofa e metia a cerveja pra dentro. UÉ minha turma não! sai fora...mas e daí. eles aproveitaram bem a noite deles.
os livros de auto-ajuda também experimentaram uma explosão de vendas. o que não é surpreendente, mas esclarecedor.
nestes novos tempos ditos modernos, princípios e valores estão desaparecendo por falta de uso. volatizam ou acabam soterrados pelo lixo da desinformação. informação inútil de todo tipo, política, religiosa, tecnológica, eletrônica, games, páginas inúteis inundam a internet, spans e vírus. se espalham num esforço que vende felicidade instantânea como programas anti-vírus.
a cultura das massas, a música das massas, a novela das massas. o futebol das massas. a mídia das massas.
lixo, muito lixo ocupando espaço destinado aos pensamentos.
o certo e o errado ficaram muito tempo sob guarda rígida. de certa forma isto lhes deu acabamento e ares conservadores. e conservar se tornou nestes tempos de velocidade, o sinônimo de ultrapassado. felicidade JÁ!
mas não é necessariamente assim. felizmente. existem os clássicos para nos redimir. para desmentir o implacável. o guardião do tempo. a verdade.
nossa antropofagia popular amarela já não bebe nos clássicos. Mark Twein, Machado de Assis, Camões ou Hemngnwey. Umberto Eco, Ezra Pound, Jack Kerouac, Fernando Pessoa. enquanto Paulo Leminski e Mário Quintana se tornaram poetas malditos. foragidos. sem lugar nem cadeira na academia habitada por vaidosos egocêntricos hedonistas.
te falo de clássicos que faziam parte de nosso imaginário. até de um Monteiro Lobato. das histórias infantis que nos apresentavam o mundo e nos aproximava da compreensão da vida. dos rito de passagens até há pouco definidos como adolescência. é que todos hoje são eternamente jovens. Peter Pans e Cinderelas povoam cines domésticos em DVDs. que os céus abençoem a Globo por sua penitente investida na literatura épica cabocla. também por nos decifrar Érico Veríssimo, Graciliano Ramos, Jorge Amado. o interior humano de São Paulo, a dimensão libertária do pampa, o selvagem sertão de Minas de águas claras em Diamantina a insana saga da sobrevivência de Pirapora à Juazeiro no nordeste e mais recentemente, muito recentemente, na revelação de Marcio Souza, a vastidão da coragem na Amazônia.
alguém em algum lar ainda dá de presente aos novos um livro de presente. ainda acredita que se ganha tempo lendo. ainda acredita que está crescendo. enriquecendo o espírito. ampliando a vista de seus horizontes. apreendendo a alma humana.
bem, ao menos para possuir um vocabulário superior aos abomináveis “peguemu” e os “botemo” onipresentes ameaças à paz dos ouvidos. daí, quando tua mente sobreviver ao inverno da existência sem sentido, a alma verá a hora das flores chegar. como que a preparar o corpo para a espreguiçada final na companhia faceira dos risos do verão.

sábado, setembro 24, 2005

Em El Aire


o estúdio de la rádio Aquárius em Artigas a capital departamental do norte que faz fronteira conosco foi ficando pequeno para quem se aproximava seguindo o som nos corredores.
era inevitável a perplexidade. o fato novo, diante do diferente, do raro. a expansão dos sentidos até aonde nos alcança a sonoridade naqueles momentos. o momento era criação de Maicown Reichembach.
os movimentos nos dedos aos 22 anos nas cordas da guitarra davam sua percepção impressionantemente madura para as tonalidades da alma onde só os grandes demonstraram saber do ir e vir.
o garoto argentino que vive agora em São Paulo e impressionara Joe Satriane estava tão próximo que pude ver seu dedo sangrar ao fim da jan session.
seu show logo mais a noite seria rápido e fulminante.
eles colocam tantos nomes nestas coisas que fazem, como stuffs, riffs, paletadas e sei lá mais o que.
nomes que gostam de dar as coisas que fazem e de como se divertem. Maycown está a vontade quando toca. parece tão fácil e simples. tão natural. e claro que deve ser. pra ele.

O Amigo Libanês


O proprietário da loja também tem outros investimentos. possivelmente outros negócios. que não me dizem respeito, não constam de nosso trato. sou o supervisor de marketing. não sei porque escolheu esse cargo. era para definir meu comprometimento afinal alguém perguntou na hora. assim que se diverte. com tudo. e isso é o lado que conta no fim.
ela tem um posto de gasolina. aliás o único em mãos de estrangeiros em território brasileiro. ao menos com a bandeira da Ipiranga. que coisa. se a conhecesse não se surpreenderia. não tem tempo ruim no meio do caminho não tem pedra. nunca é muito tarde. e sempre há o fogo que se acende inesperadamente. mas fazia tempo que no ablava com ella. ella é uma mujer de Montevidéo, e esto por supuesto quer dizer algo, o debia, yo creo, por supuesto.
Wassim é músico. play piano some classic arabic music. no portuguese, no portuguese. speak in english, speak. einhn ítaly!? niente... capisco. englissh understand. undertand !? tudo ele repete. deve ser de ansiedade. língua tão estranha para um árabe o português. como libanês deve ser para brasileiros. eu não entendo bulhufas de árabe, então capisco, engllissh....ok, ok....
o tio de Wassim é Libanês, veio tentar a sorte primeiro em Sau Páolo, depois veio parar aqui. lugar bom sim. dá pra viver bem. agora que está assim. tudo muito parado. depois muda.

O Meio é a Mensagem


meia hora habilita. meio copo sacia. meia calça aquece. meio tom esclarece. meia luz esconde. meia boca sentencia. meia prosa anima. meio caminho aproxima. meia entrada resolve. meio campo espraia. meia água cobre. meia idade define. meia estação alivia. meia voz embala. meia surrada veste. meia verdade silencia. meia volta adianta. meio ponto salva. meio dia anima. meio riso encabula. meio fio guia. meia vida ensina. meio tempo surpreende. meio termo incomoda. meia noite reinicia. meias palavras confundem. meio normal chateia. meio apaixonado enlouquece. meio grávida não existe. meio crente não acredita . meio criança desconfio.

os pássaros!!

saiu. voltava logo. não voltou. encara uma ida até a esquina. explora o mundo novo. tudo move, ele remove, em seu mundo. é sempre mistério o que ele persegue e assiste. hora de comer. sem fome... hora de encontrar a saída de emergência. portas corta-fogo não interrompem seu caminho. só desatino. explica. a esquina. meu filho. escuto. a fruteira está fechada. é feriado... mas então vou ver se está fechada...
veio por outro lado. e o que é isso debaixo da blusa?
ele é quem quer falaaaaaaarrrrrrrrrrrrrr primeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiro...ai.... aí tem ...

o passarinho veio à mão enquanto a eloqüência versava o seu assunto.

Pequenas conquistas

São bons passos na direção certa. como ter começado a escrever. como ter publicado. como ter feito uma página. e também ter publicado. e ter feito um blog. e ser indicado no armazém88. quem sabe entrego logo as crônicas para o armazém88. nem muitas até. ter espaço nos jornais. ouvir alguém dizer de frente: li teu texto e gostei... pra ser sincero não houve nada parecido antes.

Como guardar o violão. tocar por insistência. só com uma corda as vezes. deixar o orgulho e aceitar um encordamento naquela tarde depois daquela noite. que era só pra ver se eu tocaria tendo as outras também. toquei até arrebentar as outras. ensaiei para meu filho. ensinei sete notas. toquei para os amigos. eles sim tocam bem. pagode, guitarra e gaita missioneira. um dia quem sabe. para mais dias. eu escutei alguém disse toca outra vez. muito bom. aonde eu vou ?

fui prá buscar ajuda. não podia mais sozinho. não daquela vez. pesado demais. confuso demais. descoordenando. outra cilada. armadilha. asa quebrada. aí...fui acolhido. sem perguntas. sem respostas. sem mentiras. o alívio imediato. aqprendi a re-aprender e re-aprendi . novas razões. diferentes das minhas certezas. participei. aprendi a ouvir. me tornei voluntário. coordenador. superar tudo de novo mais uma vez trazia tudo de volta. mas era só medo de ser feliz.

coordenar pessoas para chegar a algum objetivo é diferente de comprometer-se consigo mesmo. as duas são importantes, mas só a segunda é verdadeira. Porque está aí sua razão pra viver. ouvir volte você faz falta faz toda a diferença aqui. e fazer isso sabendo que mesmo assim não pertence a lugar algum é estar caminhando.

toda a lenha na lareira. depois um pedaço de carne. costela, vazio ou picanha pra arder no fogo. depois comer no meio da noite. 0º lá fora. tudo em paz. ler e ter um tanto de paz é sinal de um passo certo. passo para ter felicidade por perto. a felicidade é um acerto de contas pessoal. um balanço patrimonial entre a alma a consciência e o corpo.

ser assertivo durante o dia facilita. a vida. evita discussões e conflitos. é um exercício com as ciladas que nos cercam por todos lugares. ciladas nos acham inconvenientemente. ciladas não são passos certos, mas nos dão a condição de medir posição. comprometimento facilita andar na vida. o grau de confiança ensina o quanto se pode deixar pra trás. é sempre recomeço.

inspiração nem sempre vem por vias aéreas. às vezes é só trabalho e técnica às vezes vem de dentro. como quando queima. quando arde a febre. uma febre de fantasia insana e selerada. hora de produzir. sentar criar escrever /descrever o que está pronto. agora escrevo. tenho o que fazer. é isso. falar. é o ciclo que abre e fecha portas em mim. mas a febre é real. noites em claro cobram um preço da alma beat. depois passa. eu disse é insano. como febres.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Caminhos Cruzados

Os dias de sol de capricórnio estão encobertos. as conjunções são distantes. os castelos são de carta. Diou! também morre quem atira. a maioria que passa daria um livro por dia. há honestidade e sacrifício. hey joe. e você quer hoje seguir sua missão.

há gelo sobre o vidro dos carros e por toda a parte as manhãs são brancas. os pés estão doendo. o fogo lambe ligeiro a lenha que estala e se retorce na lareira rubra. o frio domina tudo como um carcereiro.

vinho tinto seco. pasta. queijo. carne.

Cruzados no cine Artigas. minha novidade. apesar destes longos anos aqui vivi exilado do cinema. a ponte é a estrada curva entre esses dois mundos. cruzo agarrado ao sobretudo negro de pelos de camelo. o filme em inglês legendado em espanhol atiça o cérebro. em espanhol né, óbvio. às vezes não entendia nenhuma das duas línguas. e daí?, eles estavam só querendo uma guerra santa. o fogo ardia nas areias a pedido dos novos tempos. a guerra era mais um sinal do espírito santo. a sede, a flor dos desertos, onde um amor se espatifaria. ou viveria feliz para sempre. incondicionalmente.

não há nada errado. nada para ser perfeito. só o silêncio quebrado pelo vento. de noite nem sempre é cinza. e de dia o que fazer. quero mais do que. posso mais do que. peço mais do que. espero mais do que. enfim.

as vezes não faz sentido mesmo.

ah, o mocinho matou o nobre perverso, salvou Jerusalém da destruição e a mocinha abandonou tudo para ir morar com ele na aldeia. e nem ricardo coração de leão fez ele mudar da idéia de ficar e ter seus filhos com ela.fim

sábado, julho 30, 2005

Geração Orkut

Dani veio passar as férias de inverno e no outro dia foi embora. fez a bagunça de hábito, sessões de DVD, casa cheia, arrumou um namorado que me apresentou na casa da mãe e me incluiu no Orkut. como eu não abria aqui em casa, ela abriu agora nas férias, registrou, fez o perfil, postou uma foto que trouxe de Porto Alegre, me instruiu nas armadilhas da infovia, incluiu uma fã, um amigo e uma amiga minha de quebra. nem lampejos intelectuais me permitiu. ta bom assim, mas tu pode mudar depois se quiser. quem, eu? nem me atrevo... soube traduzir e colocar o espírito da coisa no texto "quem sou eu: Depois eu digo..." eu não faria melhor. ah, eu pude participar sim, coloquei minha senha, tá.

agora a Dani diz que devo por meu depoimento. ah tá...então é +- assim: A Dani que eu conheço, todos conhecem. ela é sempre a mesma, com todos. mas, ( sempre tem um mas...) com 2 anos armou seu 1º escândalo: decidiu que já era hora de me chamar de Jorge, em vez de pai, com no resto do planeta os filhos costumam tratar aos seus, digamos, pais. paciência. ela sabia tomar decisões. um tanto diferentes, é verdade, mas sabia já o que queria. principalmente a roupa. essa não combina. pra que fui ensinar o que é combinar. depois claro, piorou muito. e esta é apenas a parte da literatura. e a minha sorte. até porque de outro modo estaria louco agora.

mas além de amigas que não param de falar, Dani tem algo que acho fantástico. a noção de transformar sonhos em metas. ela avalia, visualiza e ...vai. decidida. sempre foi decidida. não é bárbaro isso !?

há, postei um comentário lá na página dela. outro né, não esse. e o legal é poder participar da vida dela, assim ela entendendo que não é controle.

foram dias de frio, todos em volta da lareira vendo o filme daquele garoto com um celular que não podia ser desligado. ninguém trabalhou direito na semana. e a noite, quando passei lá, vi que nós aprendemos tolerância e conseguimos ser como uma família, alí ao lado do fogo.

quinta-feira, julho 28, 2005

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis...ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

Espelho Mágico Mário Quintana

segunda-feira, julho 18, 2005


mas tchê...o pobre do bixo rodô e tombou de boléu. diz que pra anjo caido assim só o beijo doce de uma estrela resolve. alma valente, coração puro. Posted by Picasa

domingo, julho 17, 2005


etapa gaúcha do brasileiro de MTB Posted by Picasa

____Möµñ†ä¡ñ ß¡kë Qµä®äí____M䆆íä§

Mattias é filho de pai brasileiro e mãe uruguaia. não é só isso. os pais, os dois, elegeram o esporte parte fundamental em suas vidas. não bastasse isso, Mattias treina com o pai. mais ainda, os avós participam, torcem, apoiam.
Cruzei com Mattias na rua na quarta-feira, e naquela naturalidade dele me disse, estou indo disputar o brasieliro.

dizia para Cláudia seu filho é especial... su niño se vá muy lejos...
ia ao Canal Cable Nort Visión levar textos ou ver a edição de um comercial mas gostava de vê-la entusiasmada. mesmo assim ela ainda valorizava mais as notas e a seriedade.
acabou cabendo a ela e a avuela - no dia das mães, entregarem o prêmio da edição 2004 do Butiazal.
neste 2005 teve até carro de apoio. toda família veio vindo...

e ele indo. lidera o estadual em sua categoria, assim, discreto, ao natural.

o campeão brasileiro vai correr, disse ele. tu também vais disse eu.
sexta eu passo aqui. não passei. faltei a capoeira também. não visitei o Vitor. será a chuva?

ta Mattias tô voltando. pra assumir de novo o posto. tráz as fotos.

vaya con Dios.

terça-feira, julho 12, 2005

A Guerra Contra as Drogas se Vence em Casa

OLÁ amigos !!

Estamos na metade final deste 7º Congresso do Grupo Amor Exigente. É na verdade uma maratona onde acontecem palestras bem intercaladas com mesas redondas que acabam fechando o foco num determinado assunto. Assim, iniciamos na quinta-feira com o Gen. Uchoa Secretário da SENAD dando a visão oficial do governo federal para a abordagem da drogadição. Em seguida veio o Promotor Público daqui de Mato Grosso do Sul dizer das péssimas conseqüências na prática, que a falta de uma política nacional anti-drogas consistente ocasiona.
(A palestra do General Uchoa na abertura de quinta-feira defendia por um lado o ataque direto à oferta e por outro a educação como melhor arma para coibir a demanda. Já na tese do promotor de justiça aqui do Mato Grosso do Sul isto não está sendo bem feito. Pelo despreparo dos nossos legisladores o que tem-se visto são políticas públicas equivocadas na linha de frente do combate à drogadição. É assim, ao menos, no caso de distribuição de seringas e insumos utilizados por viciados e usuários de drogas injetáveis visando o combate à proliferação da AIDS. O atual governo, apesar de não ser o autor desta política foi duramente criticado, justamente por omissão de pareceres da comunidade médica-científica especializada, contrária, entre outras coisas, à falta de qualificação e do critérios de escolha dos tais "agentes".)

O assunto drogas não começou agora. Começou com a primeira oportunidade que o homem teve para dar uma relaxada, dar uma animada, no primeiro ritual primitivo, no primeiro cerimonial de grupo.
Seria tolice imaginar que foi criado pela sociedade contemporânea e será ingenuidade achar que um dia possa acabar.
O que existe é uma evolução no entendimento do que é a drogadição e os seus efeitos no organismo humano e social. Suas causas sociais, físicas e emocionais.

No entanto, ela se tornou hoje um grande e poderoso negócio a nível mundial. Deixou de ser um protesto romântico do movimento estudantil europeu dos anos 60 ou a propostra da contra-cultura, dos movimentos underground ou da geração hippie norte-americana. Não é mais a explosão do descontentamento de uma geração. Ninguém mais sai de casa para uma viagem ao encontro do oriente místico para "abrir a mente".
O tráfico adotou as leis de mercado e lida como uma grande empresa os seus negócios.
O volume financeiro estimado por economistas ligados a ONU é de cerca de US$ 400 bilhões/ano.

Representa 10% de todo o comércio mundial. Algo que está de tal forma distribuido que não tem como ser freado de uma hora para outra sem que ponha em risco a própria economia global. Diz-se que é hoje a segunda ou terceira grande economia no globo.

Mas é na droga lícita que está o maior problema. Em Campo Grande 68,7 % dos universitários fazem de alguma forma uso do alcool e 96% já o fizeram em algum momento da vida. Este sim é o grande problema mundial. Porque se relaciona com TODAS as outras drogas e é causa dos mais diversos problemas sociais. Nossos jovens fazem uso abusivo do alcool, infelizmente, cada vez mais cedo, precocemente.
Casos de crianças com 9 anos com delirium tremens (o que exige em torno de 3 anos de uso ) não são mais uma raridade.


A ética tem sido freqüentemente citada como indispensável para o resgate da saude pública e para melhor qualidade de vida da sociedade brasileira como um todo. o papel que lhe atribuem na educação inclui a própria reeducação da família. Criar condições propícias para a vida, manter-se as condições para que a vida exista e por fim desenvolver-se plenamente.

Jovens pesquisados em capitais brasileiras apontaram a sua relação com a família e a religião(leia-se espiritualidade, não o ritualismo) para que não tivessem tido feito uso de drogas. é para pensar.
Por outro lado, se há comprovação de que a família é o alicerce estruturante da sociedade, pesquisas na europa demonstraram que solteiros, não religiosos e por fim os sem famílias formam o perfil básico do suicida.
Quanto ao uso abusivo é muito claro a falta de preparo. A maior causa de mortes e de doenças que levam a morte são por ordem o alcool, a hipertensão arterial e por fim o tabaco.

Hoje 5% de nossos jovens até os 18 anos, admitem o uso e o consumo freqüente de alcool. Isto representa 30 % da produção das indústrias de cervejas de nosso país.

Para se ter uma idéia desta relação família-comportamento-consumo-drogas estatísticas apontam o crescimento do consumo de tabaco para os próximos 30 anos, apesar de ser amplamente divulgado seus malefícios e das derrotas das indústrias fumageiras nos EUA por danos conscientes aos seus clientes.
É que a educação desinformada, mitos e valores vigentes durante a infancia e na formação de muitos fará com que se recorram na fase adulta a esta fonte de prazer.

Ainda assim existe muito despreparo para se lidar com o assunto. Não é a droga o problema em si. Mas sim os tipos de relações que se estabelecem através dela.
Está é no encontro de uma pessoa (e suas condições/limitações/estrutura) com uma substância( legal ou ilegal) e uma sociedade ( em conflito com seus valores, família, espiritualidade, materialismo, mudanças, etc).
Esta crise é, como nos ensinaram os orientais nos anos 60, a oportunidade da mudança para o crescimento. O momento é de tranformação, talvez global, talvez em cada aldeia desse mundo globalizado. E essa tranformação se dará com o poder do conhecimento, pela informação.

Este papel caberá em primeiro lugar à família. Em segundo, mas não menos importante, às escolas, à mídia e à sociedade articulada.

quinta-feira, junho 30, 2005


esta crescendo.desta vez foram 130 atletas. falta ainda Bag� e Sant'ana do Livramento. Posted by Hello

o ritual � o pr�prio jud�. e se aprende cedo. Posted by Hello

quarta-feira, junho 29, 2005

The Long and Winding Road

... como herança das estrelas.

( Das Façanhas do Amor e da Beleza)

Hago verdad la Fénix en la ardiente
Llama, en que renaciendo me renuevo,
Y la virilidad del fuego pruebo
Y que es padre, y que tiene descendiente.

La Salamandra fría, que desmiente
Noticia docta, a defender me atrevo,
Cuando en incendios, que sediento bebo
Mi corazón habita, y no los siente...

(Quevedo/ Sonetos del Cuarto Libro do Parnaso Español
e em El Libro de los Seres Imaginarios de Jorge Luis Borges).

sapatos e rosas não me dizem nada sobre ela por estes dias sem batom. um sorriso e um abraço diriam mais. e ela ainda me diz que a entendo. não, não é de todo verdade, também não é um descabido. de qualquer forma, se sente melhor pensando assim. mas a sua atenção não é minha. na verdade está a espera da palavra que a fará sentir-se viva.
tem a boca seca pela sede de viver.

estou na velha rotina, parado no tempo na longa estrada.
vivo apenas durante a noite. entre o ruído dos ventos e sons esquecidos para sempre. num lugar do nunca onde a espera é sempre um erro.

mas que diabos, let it be.

alguém me diz para deitar palavras ao vento porque amanhã o Sol levantará o dia com um milhão de guitarras potentes. Lá por onde entra o clarão da música quente que evapora os medos dos que se abrigam em corações fechados. virá o fim da noite dura porque dele saem línguas, elas te reconfortarão nas horas cinzentas, nas nuvens da escuridão, como ontem quando meus filhos mortos andaram em Mim feitos fantasmas. durou por um tempo. é um Dom, let it be.

tanto faz o que eu sinto agora e se me alcança a incerteza. se é pouco é o que está ao meu alcance.
entre uma safra e outra os dias vão ficando curtos, mas é ainda o suficiente.

ela olha para os braços e vê se falta algo. cruza as pernas por quanto ressoam em mim quatro estações de Vivaldi. tem sempre um sonho, uma esperança e mil perguntas: será possível chegar lá?... dias corridos, ela nem reparou no que lhe disse.

os sapatos são novos, ela é de confiança. ela não te contará que fugiu de casa aos 14 anos. agora o outro pé, depois outros compromissos. tem mais a dizer. nunca soube muito bem como é que se faz, mesmo assim ela tenta e faz tudo outra vez.


get back Jo-Jo go home. sete da noite pode ser de novo sua saída, mais um tarefa que te prende. chega acompanhada do cansaço este sim lhe preenche, preferia abraço forte à mão amiga. as lágrimas na noite se confundem ao dia. está tarde.

quer saber como vivo no passado. bailei na curva. nunca entendia regras, acho que não pronunciava as palavras certas.

os anos te juram que não fazem diferença e mais uma vez você diz que acredita.
volta a velha estrada e tira o pó da calça.
a flor tem um tope largo e um laço de fitas finas, detalhe inesperado em seu talhier azul.
só não faça de novo a escolha errada.
você quer ser conquistada, sair sem destino. decide esperar até que ele perceba, mas esta sempre tão distraído.
será que seus dias serão sempre assim. as promessas estão virando mentiras pra você sobreviver.

se você quer amor e romance escolha outra trilha. o teu elo perdido perdeu o sentido no tempo. é um cego trocando de esquinas, só você não viu.

o pesado dos dias vêem com a noite. pássaros e poesias de outono singram sempre muito acima de seu caminho, as flores e o estofado de veludo do carro macio não mudaram tua rotina. é tudo uma questão de preço. ao fim do ciclo das horas, nem um bom lugar serve para se esconder.

...então volta a pegá-lo pela mão... sair de vez dessa limbo-condição.
Sabes que seus sentimentos não lhe trarão nenhuma resposta e mesmo assim você insiste quem sabe se convence estar certa.

estou aqui há tempos. o suficiente para ver coisas estranhas, passo assim os dias.

você mudou. mas ainda é uma menina. principalmente quando eu fraquejo.
enxergo o precipício. mas é você quem fica a beira do desespero. não sabe o que fazer, mas sabe que precisa correr até onde sente-se segura.
somos iguais agora.

tão forte, tão fria. tão dependente.
enquanto o medo estilhaça tua blindagem o peso da tua armadura derruba as muralhas do teu destino. o tempo joga e tu por ele.
o credor, por pura ironia não sabe o personagem que faz neste teu caminho suicida.
seus corações cerraram as portas e jogaram as chaves fora...para guardar segredos !
está certo, não dê entrada a mais ninguém! traga o sujeito até a porta!... que bata e arrebente que faça ruído. que se vire. mas mesmo se você quiser, mesmo que ele abra e entre...será que vai lembrar por quem fez isso?...

e eu não lhe disse ainda adeus. é só mais uma estrada turva. olho e percorro os dias da tempestade, margens e raízes expostas. foi grande a enxurrada, levou quase tudo.

não me entenda mal, por vezes ainda preciso voltar ao passado. abro portas para ver se de algum jeito o que existiu foi mesmo felicidade.
vou seguir sem saber. se foram os filhos se foram as lágrimas. mas afinal quem é esse sujeito que eu deveria ter sido.
o passado é uma corrente traiçoeira mas o tempo me resgatou. sobrou para os arquivos de memória. um tanto de ambientes recheados com paisagens selvagens. nada mais. wild life.

para os olhos cores fortes e brilhantes.
para o corpo os portais do universo.
para o canto o mantra do mar sozinho me encanta.
para sobreviver o abrigo da sétima casa em sagitário.
para a sede o mel.
para comer a tua boca.
para o frio o sol.
para a energia o corpo.
para respirar, teu suor tatuado.

pode ser uma grande tolice, mas ainda assim eu queria chegar ao fim dos dias vendo nossos passos na estrada.

já aconteceu antes e não sei exatamente em que momento nos tornamos inimigos.
sei que o brilho que chegava das estrelas era frio. o frio das distancias. O brilho que eu escolhia era só poesia porque já estavam mortas.
nada como pensávamos. não envelhecemos juntos nem ao menos fomos solidários. aprendi como se chora e é estranho chorar muito tempo. mais que uma tarde. mais que as chuvas do verão. chuvas pesadas foram como herança das estrelas. por outro lado, conheci finalmente a paz e agora sei o que é descarte.

por isso rever o passado me fez entender ir adiante. posso voltar a dançar. para as vezes lembrar para as vezes esquecer.
já fiz a melhor das escolhas.

terça-feira, junho 14, 2005

A Verdade

(fala baixo...!)

o músico gaúcho Nei Lisboa fechou o ângulo melhor do que ninguém até agora...
“apenas para efeito comparativo, lembremos que, em meados de 1997, o voto favorável de um deputado a emenda da reeleição presidencial esteve cotado em R$ 200 mil , ou, em valores atualizados pela inflação do período, cerca de doze vezes um mensalão de janeiro de 2005... Elas por elas, temos aqui praticamente o mesmo grau de perversão negociado pelo mesmo valor, além de uma prova inconteste da estabilidade de nossas instituições...se depender do tráfico de favores entre o Executivo e o Legislativo.”
Chega !!...

ou seja, 10 anos após a reeleição de FHC até a instituição da mesada na Ponte Aérea Planalto - Congresso da República o valor da corrupção está estabilizado !! pelo preço do dia um Deputado Federal na compra está valendo R$ 30 mil... uff...!!!

já que não vai haver pressão inflacionária sobre a taxa selic, o Comitê de Política Monetária deve finalmente interromper a seqüência de aumentos, hoje poli-insaturada em 19,75%.

mas, sempre tem um mas, a medida de baixar ou manter os juros poderá ser lida como uma maquiagem na imagem do governo, abalada pela crise política, o que anda borrando sua reputação...e aí o mercado pode não digerir bem e a azedar os índices da bolsa.

a Verdade é uma só, prosperidade para todos. só que pelo jeito ninguém quer deduzir do IR. e não há uma única propriedade rural desde a fazenda dos pais do Ibsen Pinheiro até a dos pais do tesoureiro mais famoso do país, Delúbio Soares, que não tenha se descoberto sub-faturada.

enquanto o genérico programa de combate virtual Fome Zero serviu para gastar rios de dinheiro público com propaganda (enganosa óbvio), o original no qual se valeram da experiência e credibilidade, a Pastoral da Criança, criada pela CNBB e confiada à Dra. Zilda Arns Neumann e ao Arcebispo Dom Geraldo Majella Agnelo, mantinha o foco com absurdos R$ 2,00/por criança, salvando da desnutrição recém nascidos, crianças carentes e suas famílias. indo além, educando para a vida. fazendo a diferença para a integração social.

Até o G8 se emendou e aponta com a perspectiva de um processo de globalização menos excludente, para limitar a crise sistêmica em que estão mergulhados os países africanos. Numa decisão histórica, envolveu vários países com possibilidade de ampliar a muitos outros, abre num gesto de boa vontade, o caminho para que a globalização seja mais humana.
práticos, sabem de ante-mão que ou fazem isto ou continuam enfrentado a peregrinação da massa sub-desenvolvida aos paises ricos do planeta.

o senador paulista Eduardo Suplicy mostrou o que é ter reserva moral. quem é que tem peito de encarar ele no PT agora?
neste escândalo nos Correios, que não passa de uma frente fria antes do calor das eleições, as desavenças comerciais nas licitações determinou a gravação e divulgação das imagens do esquemão. ainda segundo a PF, a chinelagem brigou mesmo foi por ficar de fora do bolo.

eu digo, cuide bem de seu filho porque senão um sem-vergonha cuida.

na onda das extorsões verbais no caso dos Correios e no Instituto de Resseguros, até a autêntica esquerda revolucionária ficou aparvalhada com tanta mediocridade. o jornalista Flávio Tavares diz que ao contrário dos acirrados combates politizados nos anos 50, o que se vê exteriorizado hoje não são diferenças ideológicas, de idéias ou de posições, nem há ao menos uma luta entre adversários, mas desavenças entre cúmplices. veja você...

seja como for, pobre de nós que estamos condenados a ter que compartilha-la mais adiante.


e aqui nesta terra que só tem santo, Olívio Dutra, o astro pop local indicado para a a sucessão só não está respondendo a processo por que recebeu uma blindagem extra de ministro. já o menor Diógenes acusado pelo MP estadual a partir da CPI de Segurança Pública realizada em 2001 na Assembléia Legislativa foi absolvido. O detalhe vem no pronunciamento da juíza da 7ª Vara Criminal de Porto Alegre “ não se nega a possibilidade de falsidade de algumas das declarações constantes nos documentos anunciados na denúncia, mas isso só não basta. Como é sabido, no processo penal, a condenação só emerge da certeza. Simples probabilidade de participação no evento criminoso não é suficiente” deu uma aula a juíza.

a juíza não desconhece a possibilidade de existência de falsidade, apenas não admitiu que as provas fossem conclusivas. para o relator da CPI, o deputado federal Vieira da Cunha, “existe, sim, a certeza da falsidade ideológica. não só pelos fatos isolados, mas pelo conjunto das provas”. tá bem, mas e pro leigos e burros que nem eu como é que fica a coisa feita agora...?

parece que cada um se resguarda em sua razão, a juíza, o ministério público, os membros do executivo à época, os deputados, os filiados dos partidos envolvidos contra ou a favor, o sujeito de bandeirinha nas esquinas nos dias de eleição, a imprensa, a dona de casa que faz ginástica nas contas, o cidadão simplório, humilde que acredita que o sujeito que aparece na televisão fala a verdade, o estudante que perde aos poucos esperança na mudança e, até o sujeito que vê esta notícia, como eu, e se manifesta, como eu estou fazendo agora.

A pergunta não é com quem está a razão. Todos têm suas razões. Legítimas.
A única questão que interessa é: aonde está a verdade dos fatos ?

só ela nos nós libertará dos esquemas e falcatruas futuros.
Só ela vai nos redime da culpa do comodismo que nos imobiliza e que nos faz aceitar a convivência, não conivência, com a truculência dos larápios e desonestos.

queria ouvir agora aqueles gritos de luta contra a corrupção e contra tudo que está aí.

quinta-feira, maio 26, 2005

Dia do Desafio com Cuba

Oficialmente, o Dia do Desafio, assim como se vê hoje pelos quatro costados do planeta, foi criado no Canadá. O conceito é simples, e incentiva cidades dos cinco continentes a práticar atividade física, promovendo por tabela o esporte e o lazer para a manuter a saúde.
Há dez anos, sempre na última quarta-feira de maio, o Dia do Desafio (ou DDD) propõe que as pessoas interrompam suas atividades para praticarem durante 15 minutos qualquer tipo de atividade física.
Nesse dia, cidades do mesmo porte estabelecem uma competição para tentar mobilizar o maior porcentagem de habitantes.
É o dia mundial da atividade física!

Em Quaraí, não é Guaraí como me escrevem, tivemos o quarto ano de crescimento consecutivo de participantes. Onze mil e duzentas e tantas pessoas. O quê? É metade da cidade ! Descontando 11% da população rural de vinte e cinco mil habitantes, tá. E nem teve grandes bandas e alardes. Mas teve bastante escola, só aí já leva um eito. E como o pessoal gostou da idéia, de manhã é aquela procissão no comércio do centro, dez, quinze minutos de ginástica. Reune o povo na frente ou dentro mesmo nas lojas maiores.
O que importa é que gostaram da idéia. E tem aquela coisa de competir né. E gaúcho gosta. O da fronteira já leva prá os lados dos brios, imagina, o que vão dizer do Sr. Secretário de Educação, se a "cidade" perde. Frouxo até dá para publicar, mesmo sendo um exagero.
Sem falar do barulho que se ouve vindo do outro lado. O outro lado é onde estão os castelhanos. Si, seguro nossotros somos irmaos. Desde que a ponte fique fechada em dia de jogo pela Copa América. E que não haja nenguna chica em disputa. É, o pau come feio aqui no mercosul. Fora isso é uma beleza.
De sorte que não há como ficar de fora do andaço destes dias.Claro, começa antes, bem antes. Discretamente, com os primeiros cartazes, SESC convida e tal, uma entrevista no rádio. Mas o boca a boca é uma AK 47 nestes lados. Espalha chumbo e em minutos todo mundo sabe, conte com os desavidados e os distraidos. É assim deste lado, abaixo do paralelo 30. Uma gente aparentemente calma e quieta, mas de respostas e reações rápidas.
De noite estivemos lá na Academia Acesso. Finalmente pude assistir a estréia do Grupo Arte & Capoeira, a turma do Judô, a turma de Administração do Soares Andréa. Dez, quinze minutos de aquecimento e...fomos puxar um ônibus...eeeee vaaaaaai...de novo...eeeeee vaaaaai...rsrs. Já valeu o dia.
Há, desta vez não deu pra ti Cuba. Olha só a moral do placar na apuração oficial:
2005 Quaraí/Brasil 49 % X 12 % Matanzas/Cuba (33 mil hab.)
2004 Quaraí/Brasil 38 % X 1,7% Quindio/Colômbia (42 mil hab.)
2003 Quaraí/Brasil 36 % X 5,9% Artega/México (24 mil hab.)
2002 Quaraí/Brasil 24 % X 19 % Retalhuleu/Guatemala (21 mil Hab.)
SE eu lembrar de passar na prefeitura segunda de manhã, a Deise jura que tirou uma foto minha.

terça-feira, maio 24, 2005

terça-feira, maio 17, 2005

Dia do Desafio

Shin - o estado interior
entrei despacito na Lan House do Gustavo mas não pelo hábito. a porta aberta e apenas uma mocinha acessando internet. pareceu encabulada quando me viu. chat ou sala de conversa, pensei. domingo de manhã, no celular marcava onze horas. o ônibus estacionado na frente do prédio da academia não havia ligado o motor. chuvinha fina, aquela que é chata que parece que não molha e molha rápido. Vitor insistia muito em comprar Gatorade, porque supõe que seja um repositor enegético para atletas e porque a mãe dele lhe deu cinco pilas prá gastar.
peguei de uma mesa a chave de fenda que procurava e tratei de apertar uns parafusos.
foram uns dois ou tres minutos. saio a tempo de ver o ônibus manobrando. curto o instante surrealista. olho para o lado nem sinal do guri. já vi tudo. com calma aparente sigo até a porta diante do motorista na última manobra e bato com uma moeda na janela... téc téc téc....mas o que esse cristão pensou quando me viu do lado de fora? acomoda o carro, explico que o guri ainda não voltou, tá chegando, vou até a esquina ele vem em carreira, gosta dessa confusão em volta dele, eu penso, toma um cascudo, ele se explica, não tinha Gatorade pai, mas eu comprei esse oh! Vitamina C e tá escrito energético! muito bom, agora é melhor entrar que estão esperando.
desabou na poltrona tirando camisa moleton casaco tudo ao mesmo tempo. tá quente aqui dentro! não táaaa cara! tu que estavas correndo...pára pra respirar...!... a gente conversa e é uma boa hora para comer o sanduiche vegetariano da mãe, o campeonato começa às duas. Sansei recomendou que ninguém estivesse de barriga cheia na hora da luta.
digo que tudo pode acontecer. ele diz em alto e bom som que vai trazer o troféu de campeão pra cidade. tem muita confiança em si. é, isto é bom. eu não lhe digo que tenho medo que se decepcione em seu primeiro campeonato. ele também não me disse que tinha medo. medo de perder. alguém tem que perder lhe ensinou a mãe que é sempre simples e prática como convém a todas as mães...

Ghi - o conhecimento tático
ele apenas me olha quando grito, sorri e volta a se concentrar nos gestos de um menino igual a ele em tudo, inclusive tamanho, pêso e categoria. no ginásio o único som era mesmo o da minha voz ao lado do tatame. Sai sai sai! não deixa não deixa! e ele escapa de uma imobilização...Toketa...
por três vezes seguidas desde o início da luta aplica contra-golpes oportunos desconcertando a seqüência previsível das lutas. alguém de fora está ousando beliscar uma vitória. pela frente ainda três reuniões de arbitragem...que tantas dúvidas eles têm e que tanto que falam? Sansei passa por mim apressado com aquela expressão
no rosto de vamos ver o que foi desta vez. olho para o placar. marca: 2, 1, 2. do outro lado: 0, 0, 1. pontos acomulados. waza ari, yuko, koka. se voltam para o centro do tatame. o ginásio fica quieto. se alternam uma dúzia de vezes em ataque e defesa... Tori e Uke...a campainha encerra o tempo da luta. ninguém comemora. desconfio que tem mais por vir. nova reunião. reinicia a luta. ele está cansado, não esconde. parece até que era isto que esperavam. o golpe vem certeiro. ele cai...

Tai - o corpo
tem que sair, sai, sai, sai, não deixa, não deixa!... e como se o tempo espraiasse só ao redor deles gira o corpo no instante que precede a queda, é mais do que se espera nesta altura da luta. ajoelha agarrado ao kimono, é puro intinto. a caça e o caçador...ninguém fala. os olhos dele são decididos e não os reconheço naquele momento. então... Mate..é outro intervalo...
mas o que eles estão aguardando? o Ippon da prata da casa?...campeonatos são praças de combate onde todos vêm buscar suas medalhas. natural. alguém vai perder ensinou a mãe. Sansei passa, ergo os braços mais alto ao que ele diz calma calma com as mãos...o juiz aponta o centro...Hajime... e reinica...
cinco horas de diferentes combates somente dois ficaram indefinidos provocando novo round. justamente a sua estréia tinha que ser um deles?
resiste. Tori avança, Uke não cede. então reverte a cena e trocam papéis, ele cresce novamente...
se afastam de onde escolhi fotografar, com um olho na câmera pego o instante. Tori puxa, Uke resiste. Tori puxa ainda mais forte e fime lhe varre as pernas por fora... Soto Gari... quando os dois se vão ao chão... Uke cai de costas, pelas regras cair de costas é golpe perfeito... o árbitro anuncia Ippon!
voltam a posição inicial no centro da arena. A zona de combate é um quadrado liso, sem barreiras entre os oponentes. noto que não há mais calma e não há displicência no árbitro. o braço direito faz um giro com a palma para cima parando a sua direita. finalmente a senha indicando que Vitor venceu.!...
só aí percebi que todo aquele canto do ginásio vibra e comemora muito.
foi uma grande estréia. digna. luta limpa. acima de tudo sempre cortês. coisas de um campeão...exagero né...mas a medalha ele não tirou mais do peito pelo resto do dia. Aliás só não dorme com ela de resto... e nela diz... campeão.
da arquibancada, vi quando levantou os braços comemorando. desde que saiu da casa da mãe no sábado queria o pódium.
ali ele era finalmente um vencedor com seu troféu.
na volta, desceu antes da rodoviária pra mostrar pra mãe a medalha, entrar no MSN, contar pra todo mundo...mãe ocupada, projeto grande, tempo curto, tantas coisas, parabéns, deixa eu ver, abraços, beijos.fomos comemorar fora... outra LAN. Conta de novo prá irmã e avós na internet. do meu lado aponta a hora. quer competir e pra isto escolheu Conter Stike 1.6. tenho que desligar ? sim né pai..., hora de fechar programas, estou diante de uma impaciente máquina de onze anos e voltando a rotina.

sexta-feira, abril 22, 2005

As Histórias Se Repetem

Tudo Está Como Devia Estar

O bacana agora pode ter aceitado a companhia de um sonho. reinou um pouco menos porque se rendeu ao cançasso. mas dormir enquanto eu posso usufluir da liberdade de ficar ou não acordado, nunca lhe parece justo.
não lhe importa muito os ques. tudo sempre é algum trabalho. o que também não muda em nada a sua situação de desvantagem. as regras em família. finalmente ele dorme e o frio ficou lá fora. para o claro da luz da lua quase cheia. uma noite com cara de geada. nenhum vento nem uma brisa. as estrelas são as testemunhas de um céu aberto aos quatro costados.
pra mim, é outra noite com manta nas costas. o silêncio só é que parece maior nestas madrugadas.
A turma fez festa na véspera do feriadão. e eu pensando que as histórias se repetem. os personagens se tornando muito frequentes. se tornando óbviedades instantâneas.
enquanto os ensaios futuristas me trazem a conta de que o futuro talvez não tenha a cara que imaginei. convenhamos, seria um desastre dantesco admitir a total inépcia em saber se chove ou não olhando pro céu da sua própria janela. é mais ou menos isto.
0s anos seguintes vão dizer mais claramente sobre as novas gerações. esse despreparo todo vem da facilidade que a tecnologia trouxe ou são na verdade reféns deste modo prático que lhes deixa a vida logo comprometida.
eu não sei. eu não sei de mais nada. a nanorobótica pode ser apenas o ponto de partida.

As pessoas na sala de jantar sim, ainda estão preocupas em nascer e morrer...

sábado, abril 16, 2005

Quem Espera Sempre...Cansa

Ninguém nasce pra ser mau. nem bom também. Sócrates e Aristóteles que me perdoem no Olimpo. pela gauchada. ora que eu já vi esse filme chamado racismo tantas vezes útil, tantas vezes inapropriado. tão bem utilizado como espetáculo. tanto manipulado, agora extrapolou o bom senso.
Ora se um Secretário de Segurança Publica vai ligar para um delegado dar ordem de prisão a um sujeito porque xingou de negro de m... um pacato cidadão. quando então. diz. que nas favelas de são paulo tem dignidade e respeito e cidadania. diz. que nas ruas da cidade aquele povo rico ou pobre não esta doente há tempos. de não conviver uns com os outros. de não conhecer os vizinhos. não parar pro cafézinho. diz. que delegado em são paulo não deixa sujeito xingar a mãe de ninguém. por a mão na mulher no trem. que a turma é educada. que a moçada é tranquila sem stress e briga ali mesmo na calçada.
Ora se um Secretário de Segurança não vai ligar para um delegado dar ordem de prisão a um argentino porque xingou o jogador do time dele, ô meu!prende este vigarista. vamu mostrá pra esse sujeitinho,tá entendendo, quem é que ele pensa que é. aqui quem manda somos nós, tá entendendo.eu não quero saber.vai lá e prende aquele sujeito e pronto. e tá acabado.
agora que o secretário e o delegado estão famosos, deixa eu meter a minha colher torta na foto. onde é que está o juizo desta prisão. o espetáculo de um país lavando sua alma na humilhação dos rivais. na projeção dos pontos percentuais de vendas com o aumento dos pontos de audiência que alimentam o terceiro poder?
onde é que está o juizo desta prisão. em oferecer o circo ao pacato cidadão. junto com o aumento dos impostos, mas tudo bem eu sou poderoso, não deixo ninguém xingar de negro o cidadão. ele nunca mais vai ser outra coisa na vida agora é o negro redentor até não ter mais nada pra tirar daquela vida, mãe, pai, mulher, amante, filho, tudo vai ser sugado do herói macunaína.
e daí, o negro é ele. e eu com isso. é ele que tem os trocentos anos paulistas nas costas dizendo aqui pra ti hó!
põe show nisso!
e com essa conversa de justiça é que vai se cometendo a injustiça. que moral se tem pra parar a vida do país. de ir à guerra. de por cotas pra negros. de invadir terra, propriedades particulares.
há pára. justiça social nada...armação e hipocresia. show de pontos.
então diz. onde está o programa de controle de natalidade para conter a pobreza gerando sua miséria particular. e daí se a igreja não quer. perde muitos votos. muitos.
querem educar. então dêem aula com conteudo que possa se chamar didático-pedagógico às crianças. mas criança não vota e não querem mesmo estudar. então o que fizeram? pra maquiar as estatísticas, aluno não pode rodar e recebe limento na escola. vai comer, é claro. e não precisa estudar , é claro. vai passar igual. o pobrezinho. injustiçado social se tornou domesticado útil ideologizado. bem treinado para mudar o mundo. ocupar com a revolução todas as classes, para daí, então ,num passe de mágica, transformar o mundo sapo em mundo príncipe. onde todos serão iguais. inclusive os que não querem engolir esse sapo.
bota show nisso! xinga a minha mãe agora pra tu vê... e vou direto reclamar do leite que não tava bom. e do custo deste telefone.do serviço que consertou minha impressora também.e do preço da gasolina, dessas peças do paraguai que não funcionam mesmo. pra que compram...
é, esse delegado vai mesmo por o país em ordem. tomara que o Lula declare guerra com a espanha e reclame dos espólios de séculos e séculos. já pensou que marchan?
agora negro será só o meu e o teu passado. que não foi na ilha de caras.

quinta-feira, abril 07, 2005

O Deton@dor na dele, com o mate amigo repondo as energias e o Tedy. Posted by Hello

sexta-feira, abril 01, 2005

terça-feira, março 29, 2005

Que Nome Tem A Paz?

A Paz tem Voz?

Ela perguntou por onde anda aquela paz que gente normal como nós sentimos.
Aquela simplicidade natural das crianças por perto, crescendo, o primeiro susto, é gripe vai passar, olha lá no céu lá oh é o avião, viu? Uma vidinha comum, o jornal nacional, a novela às vezes antes, às vezes depois.
Aquelas ruas onde tem sorvete e gente que vai pro trabalho.
Onde ter sonhos é uma idéia natural. Por cima do rodo cotidiano. Da vida de gado. O troco às vezes é pouco, quase nada. E a vidinha malvada some no ralo.
Brilham os olhos das pessoas. Por vezes lembranças sem nome. Por aqui todo mundo se gosta. O Brasil é o país do carnaval e também de casas apinhadas de crianças sem pai. O morro do samba partido alto, também é de hip-hop.
Aqui, negro ou branco, só vive quem luta. Por noites em claro. Em dias intermináveis. Por detrás das preces milagrosas. Peregrinações as vezes. As privações de desejos, que todos têm e todos escondem do inevitável destino final.
Falar de amor todo mundo sabe. Ou já viu na televisão. Tem em algum lugar, guardado. Que se esqueceu. Mas quer muito. Só que agora está com pressa.
Falar da Paz, todo mundo sabe. Quer muito. Só que agora moço? esta danada da pressa.
Paz e amor já foi um sonho bom pra todo mundo. Adormeceu cansado. Talvez esperando. Talvez a pressa.
Não que o amor possa acabar. Que a paz não possa esperar. Alguém lembra em como se esperava a virada do milênio? A era de prosperidade ia iniciar. O espetáculo do crescimento vinha. A paz ao alcance de todos.
Agora não faltam as notícias ruins de sempre nos jornais.
Falam de casas cinzas na periferia de Jerusalém. Falam das cinzas no berço da civilização. Dos rios Tigre e Eufrates inundados na lama de uma mentira. Do rio Jordão que irriga com sangue inocente o deserto.
Efeitos da solução.
A nossa PAZ ruiu com aquelas torres e está novamente de luto.
Em todo mundo os olhos refletem o pesar solidário. No corpo inerte do guerreiro sobressai o respeito por quem abandonou as armas e não sua luta.
O sonho. Uma idéia sempre igual. Aquela gente assim normal. Atrás do trôco que é quase nada. No rodo cotidiano a simplicidade natural. Aquela fé radical no bem e no mal.
Ela é linda, mas não tem nome. A vida é de gado. É das casas apinhadas de crianças sem pai. A vidinha comum, o jornal nacional, a novela às vezes antes, às vezes depois. Todo mundo sabe. Todo mundo vê televisão.
O jornal New York Times contra ataca as asinhas de fora do Brasil. Denuncia a escravidão em pleno século 21, mas surpreendente mesmo é que enquadrou como escravos contemporâneos todos, abre aspas, sobreviventes, fecha aspas, dos grandes cinturões urbanos. Como no ABC paulista. Terra de Lula. Captou? Percebe?

E aquela paz de gente normal. Crianças por perto crescendo. O primeiro susto, é gripe, quando casar sara, um beijo vai passar, olha lá no céu lá óh é um avião, viu?
As ruas onde tem sorvete com gente que vai pro trabalho.
Os sonhos de PAZ. Uma idéia natural. Por cima do rodo cotidiano.

Mas a voz dele diz se é Paz sem voz, não é Paz é medo.

sábado, março 26, 2005

Ela ama a febre disco

Eu também.
e também amo as mulheres sensíveis,
as de coração nobre e as perspicazes.
e quando faltam certezas e inspirações apaixonantes,
vem aquele tom de pele que para tudo, cancela texto, deleta mensagens subliminares e conclui aqueles absurdos eternos que nem duram dias...
As paulistas e cariocas podem então ser as faces da mesma moeda.
E eu queria mesmo era agradecer a visita feito pura simpatia.
dizer também que estive fora uns dias. a onda diferente era o aniversário de 15 anos de minha filha.puxa... dizer o que? desta vez não sei como...
fazia aniversário que pedia uma festa. não queria ser mais uma debutante, nem ganhar viagens e onde eu iria me meter se não fosse o que ela pedisse.
A festa foi perfeita. E aí nisso acabei descobrindo o real significado de perfeição, que é quando as coisas são simplesmente o ser.
nem mais nem mas. nem menos nem se. tudo muito bom quando se consegue fazer o sonho virar realidade. e coordenar coisas para que elas possam vir a acontecer. deixar que as pessoas façam o que está nelas fazer. enfim, colaborar com o destino para que ele aconteça, para que aconteça o que tiver que acontecer.
e aí a gente sente que faz parte do universo.
então que vem aquela sensação que se costuma chamar felicidade.

quarta-feira, março 16, 2005

Survives Part II

Passam os dias e as ruas imundas ainda estão lá. Guetos e favelas atraem pessoas como um ralo . mas eles insistem em sobreviver. sob o céu desabam desgraças em um maior volume do que qualquer cristão poderá suportar. não é verdade que sejam os mesmos que estão por lá agora. é que são tantos. não se destingue entre toneladas de entulhos, as pedras que rolavaram abaixo.
Há muito deixou de ser novidade as razões dos descaminhos. menos pela pobreza material. muito mais pela do espírito. não dos rebentos. dos pais. enquanto foram filhos. o que comer, beber. a agua limpa, uma cama limpa, uma comida quente. a proteção da chava, um lugar seguro a salvo do medo das ruas. afeto, entre os que estão próximos. alguma coisa aquece . a chama é morna. e então se diz eu acredito. alguns amigos sinceros e um sonho na cabeça. seria o suficiente. é o bastante e necessário.
Não há um único caso de abalo no caminho que a vida traça, que não tenha acontecido primeiro aí. nesse local que seria para o abrigo. morno e sereno. depois parece é só a vingança desenfreada. não importa se você não acredita em nada disso. nem eu. eles continuam vindo aos borbotões para as ruas. como histórias repetidas, sem o final feliz .
É assim, nem precisa contar nem esperar pelo fim.
Mas os dois sujeitos que conheci mostraram que não é assim.
Um prega agora a palavra da Bíblia. Ore por jesus irmão! Amém. Aleluia. É crente sim. E esta em paz. Quando esta escuro. Quando vem a noite. Ele estica a mão e tem. ali. O copo de água. Alguém esperando. A vida curta sob a chuva que desabava ficou pra tráz.
E você vai querer me dizer o que?
O outro perdeu tudo também. Mas tudo nunca é tudo . não tudo que realmente importa. A força esta nestas frestas por onde o espírito se espande e se contrai. que se materializa num sonho impossível. de um sonhador obestinado. atrás do improvável. mas essa nunca é a questão relevante na vida.
Qual é o seu sonho. pelo que você está realmente disposto a lutar.
Eu conheci dois caras ontem à noite. Com essas histórias que tem no cinema. só que não era. era real. E eram o oposto um do outro. em tudo. um do bem . um do mal. um por amor.um por ódio. um pelo dinheiro. um pelo comprometimento. e o que salvou os dois foi terem engolido o orgulho. Que daí serviu de alimento para espírito.
Quem vai saber onde surgirá outro. e os próximos.
Quantos terão uma chace para voltar pra casa?

terça-feira, março 15, 2005

Sobreviventes

Conheci um cara, não, dois caras, hoje à noite, desses que você diz, putz, que história e se dá conta do quanto é pequena a vida e grande a distração na hora de se focar a felicidade. O primeiro sinceramente não tenho idéia do que realmente passou para que estivesse em minha frente ...vivo.
Se a vida dele ficou sem valor é pouco. A morte do sujeito tinha um bom preço. E estava ali num grupo reduzido de pessoas contando a sua versão da história. Difícil não acreditar, os detalhes são descartáveis, até porque não trazem referências como nomes de conhecidos e locais próximos. As tramas poderiam vir de um lote de novelas, do imaginário ao gosto popular, de um dom criativo.Mas vem recheadas de uma postura, de uma voz calma. Realista e pé no chão demais. Contrasta com citações bíblicas. Cenas de tiroteios se revesam com a intimidade de um drama em família. Olho no olho até as lágrimas. A que preço esteve a vida. No fim era só uma resposta, à pergunta aquela, você é feliz aqui?

Do outro, cara, um insano, que de tão impetuoso e determinado em sobreviver fez a lógica da vida mudar de opinião a seu respeito....ou de lado
É o fim da primeira parte....

sábado, março 12, 2005

Luar Dos Meus Olhos

Luar dos Meus Olhos irradia a luz que eu quero ser. Abre caminhos. É a guia do lado escuro, a linha d’água, onde titubeio pé ante pé. É o dia, a lembrança, é o que me faz falta. Não o ar, não a água. Nem roupa lavada ou comida quente.
Luar dos Meus Olhos disse: boa sorte pra você. Ela queria jogar, eu perdi esta aposta. Segui seu nome e a fome na mesma trilha. Era o mesmo destino que já sei de cor. Então me diz porque acreditar que é pra valer.
Luar dos Meus Olhos é uma canção. De música ligeira. Lugar incomum ela recobre meus ouvidos com murmúrios e sussurros que escolhe dizer. O chão se abre, sou guiado na praia de seu sorriso. É desse modo meu farol. Tenho olhos já secos pelo sol. Se possível também leio teu livro em altar.
Luar dos Meus Olhos nem escutei o que me diziam. Não olho mais pra casa que fui. Nem uso as roupas que sou. Você também nem lê as entrelinhas que te escreveria. Nelas o sujeito resistia.
Luar dos Meus Olhos estranhos não se olham, seria só sorriso, sem feitio. Não fosse que mergulhasse nas ondas desse desafio. Passava ao teu lado, só mais um amigo. Fosse exato. Fosse preciso, talvez de vez em quando te encontrasse. Como laranjeira no dias de flor.
Luar dos Meus Olhos é uma ilha um colar no mar. Espuma flutuando branca na praia rasa dos corais. Uma noite amanhecendo futuro. Prece de coração apertado, oração repetida em meu rosário de contas. É assim. Como perfume.
Luar dos Meus Olhos é o caminho o lugar melhor pra me achar. Mas e ela se foi ?... Pra longe de mim. Como repuxo do mar. Eu não quero de novo o inferno. Mas também não posso fugir. Desta vez foi só com a chuva, me inundando de pranto me afogou. Até noutro mundo pra ir te encontrar. Até o lugar do adeus.
Luar dos Meus Olhos tem sabor que eu salivo. De gosto misturando frutas. O sonho de algum lugar que eu gosto. Ninguém do lado pra me acordar. Chumbo em gás. São imensos espaços pesados que ocupa. Só hoje o silêncio é companhia. O tempo fica. Ficou também o gosto. Algo na memória. Nem o quando nem o onde. Talvez um dia, se essa chuva parar.

terça-feira, março 08, 2005

Dias de Rock

De Jorge Haas





Eu sei, é apenas “rock and roll”, mas eu gosto. Nem sei quando começou essa coisa, até estranha, de gostar de rock num país tropical. O Brasil é um lugar rico em tradições e estilos musicais. Muitos deles são mais bonitos, mais sofisticados, mais românticos e mais alegres do que qualquer outra coisa já feita no resto do planeta.
Eu sei, é apenas “rock and roll”, mas eu gosto. São só três notas musicais. Aquela batida simples e sincopada. Uma dança meio maluca. Nada mais simples, nada mais óbvio. Letras básicas, tipo “eu amo você” ou “há, eu não amo mais você”. Pelo menos foi assim que tudo começou.
Sem muito trabalho para criar, nada de coisas complexas, o tempo passa e nas tardes da eternidade a pressa é a sede da juventude. Coisas básicas: mudar o mundo, cruzar o planeta. Desvendar a Califórnia, Londres e Hamburgo. Tóquio, Pequim e Bombaim. Seguir a infinita highway, ir a todos os lugares, por todas as autobans.
Eu devo ter estacionado num daqueles lugares onde o prá sempre sempre acaba. Onde se dá lugar ao novo. Novos Lennon&McCartney, Simmon and Garfunkel, Paulo Coelho e Raul Seixas. Onde os “malucos beleza” insistem em sonhar com um mundo melhor para todos.
Dias de Rock ainda reverberam em mim.
Foi motivo o bastante para querer revisitar a história desta trilha.


Para: Lennon & McCartnney
Por que vocês não sabem/ meu lado Ocidental./ Não precisa medo não/ não precisa da timidez/.Todo dia é dia de verão./ Eu sou da América do Sul./ Eu sei vocês não vão saber./ Não precisa medo não /não precisa da timidez / todo dia é dia de viver.
De: Milton Nascimento & Lô Borges

Enquanto o estudante José Dirceu, atual Ministro da Casa Civil do governo Lula erguia sua voz num congresso da UNE em protesto ao regime militar nos anos 60, uma outra turma de universitários de Minas Gerais, fundava num boteco encravado no centro de uma bucólica Belo Horizonte o revolucionário Clube da Esquina.
Entre goles de cerveja e beliscos e petiscos deles, ensaiavam soluções para os problemas brasileiros em sua versão musical. Desenvolviam, ali mesmo, na mesa do bar, estratégias para conter o impressionante avanço da poderosa indústria cultural estrangeira do pós-guerra.
Desta trincheira sairiam nomes como Milton Nascimento, Fernando Brant, Lo Borges, Beto Guedes e Wagner Tiso entre tantos outros e pelo menos um hino daquela geração: Travessia.
Em todos os lugares do país se ouviam protestos ou manifestos. Ninguém era de todo indiferente a nova ordem.Para uns eram tempos de chumbo. Dias cinzentos para serem esquecidos. Para outros, foram dias de oportunidades. Dias de sol.
Para todos que sonhavam com dias melhores a trilha sonora foi o rock. Seco, alto, estridente, contrastante. Para os alienados e para os engajados. Foi ao mesmo tempo definitivo e passageiro, lúcido e alucinado. Lascivo e moralista.
Todas as entranhas da sociedade puritana, severa e moralista do pós guerra estava exposta de uma hora para outra nas canções da juventude.
Os conflitos raciais violentos no sul dos Estados Unidos, a guerra fria entre os blocos socialista e capitalista, o oriente e o ocidente, Israel e a Palestina, o Vietnan e Cuba, o homem e seu passeio na lua.
Como que jovens poderiam absorver a violência e a indiferença, agora explícitos, compreender tantas formas novas de ver a vida, ao mesmo tempo que estão sendo envolvidos por mudanças trazidas a reboque dos avanços tecnológicos.
A resposta veio com o vento, como um grito estridente não planejado, sem mídia sem reportagens, sem capa de revista nem glamour algum.
Big Band são agora simples conjuntos de apenas quatro ou cinco integrantes. O suficiente para lotar pequenos bares e entupir sociedades. A fama das novas bandas se espalha como o rastilho de pólvora. O rock leva legiões de fãs aos clubes. A velha Inglaterra percebe perplexa que está prestes a explodir.
Em Londres, Aldous Huxley, filho de um diplomata britânico escreve um livro relatando suas experiências com uma nova droga química que expandia a percepção para além dos sentidos. As drogas, como o LSD, se tornam objeto de estudo e curiosidade nos meios acadêmicos mais renomados do planeta. Era preciso conhecer os limites físicos e mentais. Afinal quais seriam os limites do homem?A loucura teria finalmente cura?
Conhecer tudo, agora. Ultrapassar todas a barreiras, já. Alcançar logo o impossível. Não interessa a perfeição, mas a expressão. O rock é pura atitude.
Eram Dias de rock. Estava se formando a grande teia de comunicação global de Mc Luhan. Bill Gates ainda não havia construído sua impressionante muralha high-tech, apenas perambulava em algum lugar místico e exótico entre Calcutá e Bangcoc.
Dias em que o mundo mudou, cresceu e foi apresentado a si mesmo.
Nunca, em momento algum da história isso havia se tornado possível antes.
Talvez tivesse sido isso mesmo o que os jovens do mundo inteiro intuíram, talvez por isso quisessem tanto cantar juntos a mesma canção.
Foi a primeira vez.

Haveriam muitas.