sábado, outubro 29, 2005

Pais Não São Amigos, São Pais!

isso aí deu um rolo tão grande na cabeça da mulherada...gente de Deus! mas o que elas queriam de mim !? não sei de nada, é isso assim oh, claro...tá ...isso. não. pois é mas é isso mesmo! não adiantava nada explicar de novo e de novo e de novo...o saco de filó... tá eu vou fazer o seguinte, vou dar uma "ajeitada" pra ficar mais claro tá bom ? o negócio é o seguinte, se o texto não disser tudo ali na hora nem depois cai ficha nenhuma, não sou eu q vou dizer como o sujeito tem de ler o que tá lendo, tá certo?daí q então abri umas linhas a mais pra dizer o q eu achei q elas mesmas não queriam muito que eu dissesse. é q parar pra pensar dói. é isso sim. dói. vixi, como deve de doê nas gente mal acostumada, tudo mal domada de andá de lado na vida. fazê o q né.

no curso esse do SEBRAE tbm. aí a gente tava numa dinâmica bacana lá e tal, sobro pra mim q falo muito, tu vai apresentar tá tudo muito bom tá tudo muito bem a discussão era sobre Livre-Arbítrio e Destino, tô levantando os prós do livre-arbítrio e digo: sempre temos que fazer escolhas pq a vida é em si um caos. pra quê? deu desatino...e mas como assim?!. deu silêncio e ai q horror! e essas coisas que dizem baixinho...diz um é mas é isso mesmo e riu como quando se é cúmplice de uma idéia. fazê o q né.

Clarão da Felicidade

Eu nunca me sinto só. sempre penso em você e no seu sorriso.
Quando a gente canta e quando a gente dança, às vezes pensa até que é à toa.
Nunca é.
Essas horas, esses dias cumpridos em que se abre o brilho da vida, serão para sempre.
As horas em que não se cansa de brincar e correr, serão muito mais.
Mesmo que não pareça, existe um processo neste acontecer que é devagar pra eles e tão ligeiro pra nós.
E como se tudo fosse um ensaio para o final feliz, a história depois se repete.
Tudo em fases, tudo em ondas, enquanto esperam por sua verdadeira estréia.
E o modo de aprender vai valendo mais do que aquilo que aprendem.
Eles não sabem. Nós também não. Aprendemos com eles.
São generosos. Perdoam facilmente, esquecem mais fácil ainda.
Precisam apenas de atenção, gostam de amor e querem carinho.
E assim a cada fase do desenvolvimento dos filhos, a vida vem e tem sua beleza e suas necessidades.

Em seu primeiro exercício para serem aceitas, elas desenvolvem a capacidade quase mágica de estar sempre bem consigo mesma e de bem com a vida.
Querem sua confirmação no toque, no olhar longo, em pequenos gestos gostosos.
Até poder engatinhar.
Aí invadem a sala pra tocar e pegar as coisas, subir e descer móveis, na aventura de quem tem a possibilidade de explorar o mundo.
Na sala apertada, cabe todo o sentimento de confiança de quem quer abraçar esse mundo. Então se desenvolvem, brincando, na capacidade de fazer o que desejam.
Passam de fase e descobrem o raciocínio.
Tomam consciência de que podem pensar e decidem decidir sobre suas vidas!
vem a possibilidade da autonomia, da liberdade e a independência !!...
mas aos 3 anos não é muito cedo !?!
O jeito é evitar o confronto, ter confiança e paciência, e até orgulho, pois querem assumir suas próprias vidas !!


Daí que surgirá a pergunta: quem sou eu?
Então virá a resposta. Ela descobre sua identidade, se percebe menina, distingue quando se sente bem e quando está doente. Descobre os outros e descobre que participa nos acontecimentos.
Nesta hora que descobre ser responsável pelo que acontecer em sua vida.

Membros, coração e mente dominados, falta apenas aprender a desenvolver métodos para que possa realizar seus objetivos. A próxima conquista será o próprio aprendizado de suas habilidades. Para isso precisa mais do que nunca dos pais amigos que explicam e orientam sua curiosidade e disciplina.
Não é à toa nem surpreendente que vejam nos pais a fonte da felicidade.

Mas os pais não são os amigos, são os pais.
O compromisso incondicional com o amor responsável os colocam na eterna vigília de limites, valores e princípios.
Aos amigos cabe o insuspeito papel da companhia.
Já os Pais, assinaram um termo de responsabilidade com Deus.
Precisam ser firmes na condução deste amor comprometido.
Assim, a amizade que demonstram é antes de tudo a face sorridente do amor. É só uma forma de dizer quando a criança que habita em nós novamente sorri, brinca e dança.
Descobrimos assim que atuamos em vários papéis embora nos caiba o compromisso de ser guia e modelo.
Para que novos ciclos venham e perdurem.

Quando todos em volta parecem desejar não abandonar mais a adolescência e apressam o fim da infância, cabe outra vez aos pais, que já foram meninos e meninas um dia, devolver ao mundo o clarão da felicidade contido naqueles momentos em quem uma criança descobre a vida.

Por isso nunca me sinto só quando deito tranqüilo ao fim dos meus dias, pois penso e lembro das tantas maravilhas que hão de vir agora e que estiveram contidas atrás destes sorrisos.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Debutantes 2005

a pedido de Dna Elba Ponte da Casa da Amizade e do Rotay Club, patronos do Baile das Debutantes, fiz um texto sobre a infância para o desfile das debutantes de 2005.
sempre me vejo "falando" melhor com imagens. portanto não nego que meu prazer em escrever está justamente em recriar minhas imagens mentais, pôr as idéias nas palavras que melhor as traduzem -nem sempre bem, eu sei.
soube agora que haverá uma coreografia criada a partir do texto que fiz hoje à tarde. fiquei realmente curioso.
aliás, sobre o assunto sugiro Pais e Filhos, Companheiros de Viagem, de Roberto Shinyashiki e/ou Quem Ama Educa de Içami Tiba. os dois são sanseis né !?
e eu que só queria dizer de algum modo que é necessário preservar a infância.
domingo vou saber o fiz, lendo a reação do povo lá nos salões do Clube Comercial.
abusado eu aceitei o convite para fazer a apresentação do baile.até parece né !? menos gente, bem menos, quase nada. e depois eu nem tenho smoking...!!
é isso aí.
e obrigado pela oportunidade. tchau, um bjus e etc.

domingo, outubro 09, 2005

o velho gaudério nas novas trihas

Seu Isabelino conheci há pouco. umas poucas horas atrás quando voltava pra casa. o gaúcho em sua bombacha sentado na entrada de uma Lan House. podia até ser um segurança novo. depois da briga desatinada entre soldados a paisana e uma gurizada passada que assombrou a cidade na noite anterior podia até ser. curioso incorrigível, entrei como quem não quer nada. terminei ocupando o ugar do Martín que é castelhano e se travava de vez em quando naguma regra da gramática patriótica, mas malévola.
disse que era pai da moça aquea que me servia na anchonete que almoçava. guria bem criada. como asoutras e outros que juntos somavam 23. vinte e tres seu Isabelino!? mas não é comum. nada na história era. e por troca do favor que pra mimfoi um prazer, ainda fui ouvinte da versão que dava da vida aos 70 anos.
o causo todo era porque amanhã estava cassificado para a final do concurso de versos na Expofeira Agropecuária da cidade. vencera tres etapas e agora lhe pediam " por escrito" seus versos. sera que o danado recria sempre que declama a sua poesia?
por via das dúvidas lhe pedi licença para ficar com uma cópia, que é de onde transcrevo os versos abaixo.
é uma irresistível história de amor versão gaudéria. ingênua até as vezes, mas certamente deliciosa.
é para depois dos filhos bem criados, entre ele e ela. obrigado Seu Isabeino, pela oportunidade. boa sorte amanhã no parque do Sindicato Rural. serás o meu favorito.

Testamento

Senta aqui china do meu lado
Senta aqui assim bem pertinho
Conversamos bem juntinhos
Como vivemos querida
Sempre, sempre nesta vida
Lutando sempre sozinhos

Encilha o mate querida
Vamos tomar um amargo
Enquanto te dou encargo
Das minhas ultimas vontades
Confio em tua amizade
Que nada porás embargo

Atiça um pouco essas brasas
Que há um tição fumaçando
Sinto os olhos lagrimando
E a voz que me embaraça
A causa será a fumaça
De algum pau verde chorando

Não chores prenda tem calma
É preciso ter paciência
Pois tudo que tem existência
Um dia também tem fim
Por que razão só de mim
Se esquivará a providência

Presta bem a tua atenção
Em tudo que eu vou dizer
Sei que muito vai sofrer
Rolando cantos alheio
Mas nunca tenha receio
Em cumprir com o teu dever

Procura ser comedida
Dentro da própria desdita
Se te sentires aflita
Contra qualquer falsidade
Lembra que toda verdade
Nem sempre deve ser dita

Para conservar a honra
É preciso muito jeito
Pois ao mérito não se ilude
Nem tudo se leva a pleito
Quando se quer por virtude

Vende as pilchas que eu te deixo
Não tenha nisto cuidado
O meu apero prateado
Que custou tanto dinheiro
Até a guaiaca e o isqueiro
Te darão algum trocado

Vende o tordilho sobre passo
Também o zaino pinhão
Só não vende o alazão
Que é manso do teu andar
Vende as garras de domar
Rendilha de redomão
Minhas botas de garrão
E aquele par de chorona

Vende tudo prenda minha
Sovéu, badana, carona
Vende o violão e a cordiona
Estrivos de picaria
E até para as três marias
Não faltarão comprador
Só não vendas o meu lenço
Que sempre bem amarrado
Eu usei com todo gosto
Me tapa com ele o rosto
Pra ser comigo enterrado

E este velho poncho amigo
Que tanto enfrentou o minuano
Que durma sempre contigo
Bem de encontro ao coração
E assim terás impressão
Que estás dormindo comigo

O meu ultimo pedido
Que eu sei que tu hás de fazer
Para mim será um prazer
Ficar sempre onde eu vivi
Foi no campo que eu nasci
No campo quero morrer
Não me enterres em campo santo
Sobre uma tumba ou jazigo
Enterra-me em campo aberto
Só pela terra coberto
Que o gado durma comigo.

poema de Isabelino Carvalho Lucas 75 anos apresentado na Invernada Artística da Exposição Agropecuária de 2005 do Siindicato Rural de Quaraí.