terça-feira, julho 12, 2005

A Guerra Contra as Drogas se Vence em Casa

OLÁ amigos !!

Estamos na metade final deste 7º Congresso do Grupo Amor Exigente. É na verdade uma maratona onde acontecem palestras bem intercaladas com mesas redondas que acabam fechando o foco num determinado assunto. Assim, iniciamos na quinta-feira com o Gen. Uchoa Secretário da SENAD dando a visão oficial do governo federal para a abordagem da drogadição. Em seguida veio o Promotor Público daqui de Mato Grosso do Sul dizer das péssimas conseqüências na prática, que a falta de uma política nacional anti-drogas consistente ocasiona.
(A palestra do General Uchoa na abertura de quinta-feira defendia por um lado o ataque direto à oferta e por outro a educação como melhor arma para coibir a demanda. Já na tese do promotor de justiça aqui do Mato Grosso do Sul isto não está sendo bem feito. Pelo despreparo dos nossos legisladores o que tem-se visto são políticas públicas equivocadas na linha de frente do combate à drogadição. É assim, ao menos, no caso de distribuição de seringas e insumos utilizados por viciados e usuários de drogas injetáveis visando o combate à proliferação da AIDS. O atual governo, apesar de não ser o autor desta política foi duramente criticado, justamente por omissão de pareceres da comunidade médica-científica especializada, contrária, entre outras coisas, à falta de qualificação e do critérios de escolha dos tais "agentes".)

O assunto drogas não começou agora. Começou com a primeira oportunidade que o homem teve para dar uma relaxada, dar uma animada, no primeiro ritual primitivo, no primeiro cerimonial de grupo.
Seria tolice imaginar que foi criado pela sociedade contemporânea e será ingenuidade achar que um dia possa acabar.
O que existe é uma evolução no entendimento do que é a drogadição e os seus efeitos no organismo humano e social. Suas causas sociais, físicas e emocionais.

No entanto, ela se tornou hoje um grande e poderoso negócio a nível mundial. Deixou de ser um protesto romântico do movimento estudantil europeu dos anos 60 ou a propostra da contra-cultura, dos movimentos underground ou da geração hippie norte-americana. Não é mais a explosão do descontentamento de uma geração. Ninguém mais sai de casa para uma viagem ao encontro do oriente místico para "abrir a mente".
O tráfico adotou as leis de mercado e lida como uma grande empresa os seus negócios.
O volume financeiro estimado por economistas ligados a ONU é de cerca de US$ 400 bilhões/ano.

Representa 10% de todo o comércio mundial. Algo que está de tal forma distribuido que não tem como ser freado de uma hora para outra sem que ponha em risco a própria economia global. Diz-se que é hoje a segunda ou terceira grande economia no globo.

Mas é na droga lícita que está o maior problema. Em Campo Grande 68,7 % dos universitários fazem de alguma forma uso do alcool e 96% já o fizeram em algum momento da vida. Este sim é o grande problema mundial. Porque se relaciona com TODAS as outras drogas e é causa dos mais diversos problemas sociais. Nossos jovens fazem uso abusivo do alcool, infelizmente, cada vez mais cedo, precocemente.
Casos de crianças com 9 anos com delirium tremens (o que exige em torno de 3 anos de uso ) não são mais uma raridade.


A ética tem sido freqüentemente citada como indispensável para o resgate da saude pública e para melhor qualidade de vida da sociedade brasileira como um todo. o papel que lhe atribuem na educação inclui a própria reeducação da família. Criar condições propícias para a vida, manter-se as condições para que a vida exista e por fim desenvolver-se plenamente.

Jovens pesquisados em capitais brasileiras apontaram a sua relação com a família e a religião(leia-se espiritualidade, não o ritualismo) para que não tivessem tido feito uso de drogas. é para pensar.
Por outro lado, se há comprovação de que a família é o alicerce estruturante da sociedade, pesquisas na europa demonstraram que solteiros, não religiosos e por fim os sem famílias formam o perfil básico do suicida.
Quanto ao uso abusivo é muito claro a falta de preparo. A maior causa de mortes e de doenças que levam a morte são por ordem o alcool, a hipertensão arterial e por fim o tabaco.

Hoje 5% de nossos jovens até os 18 anos, admitem o uso e o consumo freqüente de alcool. Isto representa 30 % da produção das indústrias de cervejas de nosso país.

Para se ter uma idéia desta relação família-comportamento-consumo-drogas estatísticas apontam o crescimento do consumo de tabaco para os próximos 30 anos, apesar de ser amplamente divulgado seus malefícios e das derrotas das indústrias fumageiras nos EUA por danos conscientes aos seus clientes.
É que a educação desinformada, mitos e valores vigentes durante a infancia e na formação de muitos fará com que se recorram na fase adulta a esta fonte de prazer.

Ainda assim existe muito despreparo para se lidar com o assunto. Não é a droga o problema em si. Mas sim os tipos de relações que se estabelecem através dela.
Está é no encontro de uma pessoa (e suas condições/limitações/estrutura) com uma substância( legal ou ilegal) e uma sociedade ( em conflito com seus valores, família, espiritualidade, materialismo, mudanças, etc).
Esta crise é, como nos ensinaram os orientais nos anos 60, a oportunidade da mudança para o crescimento. O momento é de tranformação, talvez global, talvez em cada aldeia desse mundo globalizado. E essa tranformação se dará com o poder do conhecimento, pela informação.

Este papel caberá em primeiro lugar à família. Em segundo, mas não menos importante, às escolas, à mídia e à sociedade articulada.

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