sábado, outubro 29, 2005

Clarão da Felicidade

Eu nunca me sinto só. sempre penso em você e no seu sorriso.
Quando a gente canta e quando a gente dança, às vezes pensa até que é à toa.
Nunca é.
Essas horas, esses dias cumpridos em que se abre o brilho da vida, serão para sempre.
As horas em que não se cansa de brincar e correr, serão muito mais.
Mesmo que não pareça, existe um processo neste acontecer que é devagar pra eles e tão ligeiro pra nós.
E como se tudo fosse um ensaio para o final feliz, a história depois se repete.
Tudo em fases, tudo em ondas, enquanto esperam por sua verdadeira estréia.
E o modo de aprender vai valendo mais do que aquilo que aprendem.
Eles não sabem. Nós também não. Aprendemos com eles.
São generosos. Perdoam facilmente, esquecem mais fácil ainda.
Precisam apenas de atenção, gostam de amor e querem carinho.
E assim a cada fase do desenvolvimento dos filhos, a vida vem e tem sua beleza e suas necessidades.

Em seu primeiro exercício para serem aceitas, elas desenvolvem a capacidade quase mágica de estar sempre bem consigo mesma e de bem com a vida.
Querem sua confirmação no toque, no olhar longo, em pequenos gestos gostosos.
Até poder engatinhar.
Aí invadem a sala pra tocar e pegar as coisas, subir e descer móveis, na aventura de quem tem a possibilidade de explorar o mundo.
Na sala apertada, cabe todo o sentimento de confiança de quem quer abraçar esse mundo. Então se desenvolvem, brincando, na capacidade de fazer o que desejam.
Passam de fase e descobrem o raciocínio.
Tomam consciência de que podem pensar e decidem decidir sobre suas vidas!
vem a possibilidade da autonomia, da liberdade e a independência !!...
mas aos 3 anos não é muito cedo !?!
O jeito é evitar o confronto, ter confiança e paciência, e até orgulho, pois querem assumir suas próprias vidas !!


Daí que surgirá a pergunta: quem sou eu?
Então virá a resposta. Ela descobre sua identidade, se percebe menina, distingue quando se sente bem e quando está doente. Descobre os outros e descobre que participa nos acontecimentos.
Nesta hora que descobre ser responsável pelo que acontecer em sua vida.

Membros, coração e mente dominados, falta apenas aprender a desenvolver métodos para que possa realizar seus objetivos. A próxima conquista será o próprio aprendizado de suas habilidades. Para isso precisa mais do que nunca dos pais amigos que explicam e orientam sua curiosidade e disciplina.
Não é à toa nem surpreendente que vejam nos pais a fonte da felicidade.

Mas os pais não são os amigos, são os pais.
O compromisso incondicional com o amor responsável os colocam na eterna vigília de limites, valores e princípios.
Aos amigos cabe o insuspeito papel da companhia.
Já os Pais, assinaram um termo de responsabilidade com Deus.
Precisam ser firmes na condução deste amor comprometido.
Assim, a amizade que demonstram é antes de tudo a face sorridente do amor. É só uma forma de dizer quando a criança que habita em nós novamente sorri, brinca e dança.
Descobrimos assim que atuamos em vários papéis embora nos caiba o compromisso de ser guia e modelo.
Para que novos ciclos venham e perdurem.

Quando todos em volta parecem desejar não abandonar mais a adolescência e apressam o fim da infância, cabe outra vez aos pais, que já foram meninos e meninas um dia, devolver ao mundo o clarão da felicidade contido naqueles momentos em quem uma criança descobre a vida.

Por isso nunca me sinto só quando deito tranqüilo ao fim dos meus dias, pois penso e lembro das tantas maravilhas que hão de vir agora e que estiveram contidas atrás destes sorrisos.

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